S�o Paulo - Um personagem liga o cartel do setor metroferrovi�rio no Estado de S�o Paulo ao chamado esc�ndalo do Frangogate, que envolveu a compra de frangos suspeita de superfaturamento pela Prefeitura de S�o Paulo nas gest�es do hoje deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e de Celso Pitta.
Para investigadores, as empresas eram controladas pelo consultor Arthur Teixeira, suspeito de ser o pagador de propina das multinacionais a agentes p�blicos e pol�ticos do Estado de S�o Paulo. As offshores, como o Estado revelou, eram de fachada. Elas estiveram registradas no endere�o do escrit�rio Guyer y Regules, do qual Nicolas Juan Alonso � um dos s�cios.
O contador uruguaio tamb�m foi presidente de uma sociedade an�nima chamada Inversora Rineos, que era dona de 46% de uma empresa ligada ao frangogate. Trata-se da A D’Oro, que vendeu 823 toneladas de frango � Prefeitura entre 1996 e 1997, totalizando R$ 1,4 milh�o em valores da �poca. Essa empresa era de propriedade de Fuad Luftalla, irm�o de Sylvia Maluf e cunhado do ent�o prefeito.
A gest�o Maluf terminou em 1996. No ano seguinte. o prefeito era Celso Pitta, afilhado do hoje deputado.
Como as offshores do cartel, a Rineos tamb�m era uma empresa de fachada. N�o existia fisicamente, tinha tido por sete anos, no papel, um presidente que negava ter ocupado o cargo e n�o possu�a capital suficiente para ter investido os US$ 7 milh�es que colocou na A D’Oro.
Sylvia Maluf e a filha do casal, Ligia, tamb�m foram envolvidas no esc�ndalo porque, indiretamente, vendiam frango para a Prefeitura. Elas eram donas de uma empresa, a Obelisco, que era fornecedora da A D’Oro. A Obelisco vendia aves vivas � empresa do cunhado de Maluf, que as abatia, industrializava e revendia � Prefeitura.
Al�m das rela��es familiares, para o Minist�rio P�blico tamb�m houve superfaturamento nas compras dos frangos.
Maluf � r�u em processo por improbidade administrativa. Na a��o judicial gerada por causa do Frangogate, Maluf chegou a ser condenado, em 2010, pela 7.ª C�mara de Direito P�blico a devolver R$ 21,7 mil aos cofres p�blicos, bem como teve determinada a perda dos direitos pol�ticos por cinco anos.
Contudo, oito meses depois a mesma C�mara acabou absolvendo o deputado em vota��o por 3 votos a 2. O Minist�rio P�blico recorreu ao Superior Tribunal de Justi�a (STJ), que analisa o caso.
Em agosto de 1997, um m�s ap�s a publicidade das transa��es, Sylvia e Ligia liquidaram a empresa. Maluf disse que ela fora fechada meses antes porque “a granjinha dava preju�zo”.
Em 1997, quando o esc�ndalo veio � tona, descobriu-se que a sociedade an�nima uruguaia Inversora Rineos havia injetado US$ 7 milh�es na empresa do cunhado de Maluf. Na ocasi�o, a Folha de S.Paulo apurou que o contador Nicolas Juan Alonso figurava como presidente da Rineos. O rep�rter do jornal foi at� a sede do escrit�rio e de l� foi expulso por Alonso, que afirmou: “Podem escrever o que quiserem”.
O jornal O Estado de S. Paulo tamb�m esteve no escrit�rio no m�s passado, mas n�o foi autorizado a entrar para falar sobre as offshores utilizadas pelo cartel de trens. Em nota, o escrit�rio Guyer e Regules disse ter prestado servi�os cont�beis para as empresas, mas negou “participa��o nas sociedades al�m do meramente formal”. Procurado novamente na sexta-feira, 14, n�o respondeu sobre a Rineos. Maluf nega as acusa��es.