Bras�lia - O empres�rio Jorge Gerdau Johannpeter, do grupo Gerdau, que ainda mant�m cadeira no Conselho de Administra��o da Petrobras, afirmou nessa quinta-feira, 20, por meio de nota que “ao aprovar em 2006 a opera��o de compra e 50% de participa��o na refinaria Pasadena n�o tinha conhecimento, como os demais conselheiros, das cl�usulas Put Option e Marlim do contrato”.
Gerdau afirmou ainda na nota que o neg�cio foi decidido com base em “avalia��es t�cnicas de consultorias com reconhecida experi�ncia internacional, cujos pareceres apontavam para a validade e a oportunidade do neg�cio.” Essas avalia��es levavam em considera��o as “boas” perspectivas econ�micas daquele momento. “Entretanto, a crise global de 2008 alterou drasticamente o potencial de crescimento do mercado nos anos subsequentes.”
O ex-conselheiro Claudio Luiz Haddad, economista e empres�rio, defendeu ontem (20) que o Conselho de Administra��o da estatal dispunha de informa��es “fundamentadas” para a aprova��o da compra da refinaria. Segundo ele, o ex-diretor da �rea internacional, Nestor Cerver�, fez uma apresenta��o “consistente” do neg�cio e recomendou sua aprova��o.
Haddad lembrou que as negocia��es foram assessoradas por uma institui��o financeira, que tamb�m deu aval �s condi��es de compra da refinaria. “Ele (o banco) atestou que o pre�o se enquadrava � pr�tica do mercado, e as condi��es eram normais. Sendo uma apresenta��o consistente, n�o havia nada que oferecesse qualquer tipo de duvida”, disse o ex-conselheiro.
A aprova��o da compra de Pasadena foi a �ltima participa��o de Haddad no colegiado da estatal, que no m�s seguinte, em abril de 2006, ganhou nova formata��o. “Se houve omiss�o, n�o saberia dizer”, completou.
Segundo o economista, a pr�tica nas reuni�es de Conselho era que um dos diretores das �reas pertinentes ao assunto debatido fizesse uma apresenta��o “substanciada” aos integrantes do colegiado. “No caso, eram as diretorias de Internacional e de Refino e Abastecimento”, completa. Os cargos eram ocupados por Nestor Cerver�, que viajou para Europa na quarta-feira, e Paulo Roberto Costa, preso ontem pela Pol�cia Federal.
Haddad afirma ainda que na reuni�o a compra da refinaria de Pasadena foi defendida por Cerver�. “Recomendou-se a aprova��o. Jamais o conselho aprovaria uma opera��o se n�o estivesse bem fundamentada. O conselho � �ltima inst�ncia. Quando chega ali, a administra��o j� explorou exaustivamente v�rios pareceres.” Em nenhum momento, segundo ele, se questionou os altos valores do neg�cio, estimado em US$ 360 milh�es.
Valores
Tamb�m n�o foi feita compara��o com o valor pelo qual a refinaria foi adquirida um ano antes, pela empresa belga Astra Oil - US$ 42,5 milh�es. “Naqueles anos antecedentes a decis�o, o pre�o do petr�leo subiu bastante. Isso pode perfeitamente acontecer. As condi��es de mercado levam a uma mudan�a de patamar”, defendeu. Haddad diz que n�o acompanhou o caso ap�s deixar o conselho. E prefere n�o avaliar se houve equ�voco.
“Neg�cio � feito com base nas condi��es de mercado, ambiente e contexto da �poca. Se as condi��es mudam anos depois, para mal ou para bem, s�o coisas que acontecem. Tem sempre de ser julgado com base no contexto de quando a decis�o � tomada.”