Mas diversos diretores da Petrobras, incluindo o ex-presidente da empresa S�rgio Gabrielli, disseram que as cl�usulas constantes no contrato de compra s�o comuns em negocia��es dessa natureza e que o assunto foi intensamente discutido antes de a decis�o final ser tomada. Dilma, ent�o, revisou a resposta e declarou que o neg�cio foi fechado “por ser vantajoso”. Esse � um primeiro passo para tentar estancar a crise que o epis�dio causou no governo ao longo desta semana.
Explica��es O governo e a Petrobras negociam a ida da presidente da empresa, Maria das Gra�as Foster, ao Congresso, para explicar novamente a compra da refinaria de Pasadena. Segundo diretores da empresa, o neg�cio era essencial em 2006, em um momento em que o Brasil necessitava de alternativas para o refino do petr�leo, mas que perdeu import�ncia ap�s a descoberta do pr�-sal, em 2008, e devido ao estouro da crise econ�mica internacional, que diminuiu o fluxo de capitais no mundo.
Gra�a Foster j� est� convidada a comparecer � Comiss�o de Fiscaliza��o e Controle da C�mara. O convite, aprovado com apoio dos deputados que integram o chamado bloc�o, seria para que a executiva explicasse as den�ncias de pagamento de propina da empresa holandesa SBM Offshore � Petrobras para a compra de plataformas de explora��o de petr�leo. Os deputados tamb�m aprovaram a forma��o de uma comiss�o de externa de nove parlamentares para acompanhar as investiga��es sobre o caso em curso na Holanda.
Com a crise aberta por conta da refinaria de Pasadena, a dire��o da empresa estuda negociar o adiamento em uma semana da audi�ncia, para que o caso seja esclarecido. “Mas Gra�a Foster n�o se furtar� a ir ao Congresso. Ela j� fez isso no ano passado, assim como o ex-presidente S�rgio Gabrielli”, disse um executivo do setor.
Foster esteve na C�mara no ano passado, mais precisamente em audi�ncia na Comiss�o de Minas e Energia, em 22 de maio. Naquela data, inclusive, a presidente da Petrobras, questionada sobre as raz�es da perman�ncia de Nestor Cerver� na diretoria financeira da BR Distribuidora, elogiou intensamente as qualifica��es do subordinado. “Como presidente da Petrobras, tenho o dever de cuidar da BR como um todo. E o resultado da BR Distribuidora � excepcional, uma empresa que tem tido um lucro l�quido grandioso e � produto de v�rios profissionais que l� est�o”, enalteceu ela.
CASO PASADENA
O lucro do bar�o
Se a Petrobras teve um preju�zo bilion�rio com a compra da refinaria de Pasadena (EUA), o bar�o Albert Fr�re (foto), de 88 anos, foi quem lucrou com o neg�cio com a estatal brasileira. Fr�re, que � um dos homens mais ricos da B�lgica, n�o terminou o colegial e come�ou a carreira salvando o neg�cio de sua fam�lia. Com uma fortuna estimada em US$ 4,9 bilh�es, o bar�o ocupa a posi��o 295 no ranking de bilion�rios da revista Forbes. O empres�rio ainda � conhecido pela paix�o por vinhos – � um dos donos do franc�s Chateau Cheval Blanc. Em 1994, recebeu o t�tulo de bar�o das m�os do rei Albert II. Ele � controlador da empresa belga Astra Oil, que comprou a refinaria de Pasadena em 2005 por US$ 42,5 milh�es e no ano seguinte vendeu 50% dela para a Petrobras por US$ 360 milh�es. A empresa do bar�o belga recebeu ainda US$ 820,5 milh�es pelos outros 50% em raz�o de uma cl�usula no contrato, chamada put option, estabelecendo que um deveria comprar a parte do outro em caso de lit�gio entre s�cios.