Daniel Camargos
O senador A�cio Neves (PSDB), pr�-candidato � Presid�ncia da Rep�blica, tenta convencer outros l�deres de seu partido a apoiarem a cria��o de uma Comiss�o Parlamentar Mista de Inqu�rito (CPMI) para investigar a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), pela estatal. O ex-governador de S�o Paulo Jos� Serra, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador paulista, Geraldo Alckimin, defenderam a investiga��o, mas at� sexta-feira n�o consideravam que a CPMI fosse a maneira adequada.
Na manh� de ontem, durante o 58º Congresso Estadual de Munic�pios, em Campos do Jord�o (SP), A�cio se reuniu com Alckimin. “Conversei com ele, ponderei que esta � a posi��o majorit�ria do partido e ele concordou”, disse o senador. A�cio tamb�m ligou para FHC e disse que o ex-presidente apoia a decis�o. “Ele est� absolutamente afinado conosco”, afirmou. Anteriormente FHC havia dito que uma partidariza��o entre PT x PSDB n�o seria boa na apura��o das poss�veis irregularidades na Petrobras.
“A Procuradoria est� investigando. A Pol�cia Federal investiga e o Congresso Nacional tem o dever constitucional de investigar tamb�m”, disse A�cio. O senador informou que na ter�a-feira vai reunir as lideran�as da oposi��o, incluindo o PSB e o PSOL, para colher as assinaturas necess�rias para a abertura da CPMI. Para a investiga��o no Congresso s�o necess�rias 27 assinaturas de senadores e 171 de deputados.
Na sexta-feira, o engenheiro Nestor Cerver� foi exonerado da diretoria financeira da BR Distribuidora. Ele foi apontado pela presidente Dilma Rousseff como respons�vel pelo erro que levou � aprova��o da compra da refinaria de Pasadena. A compra � investigada pelo Tribunal de Contas da Uni�o, Minist�rio P�blico do Rio e pela Pol�cia Federal. O problema � o pre�o, pois a estatal pagou, em 2006, US$ 360 milh�es para compra de 50% da empresa, valor oito vezes maior do que a companhia belga Astra Oil havia pago no ano anterior por toda a refinaria.
A�cio acredita que a exonera��o de Cerver� � uma maneira de terceirizar responsabilidades e acusa a presidente Dilma. “ Ela sabia de todas essas informa��es. A grande verdade � que parece que no governo federal a regra � a seguinte: cada um faz o que quiser, s� n�o pode � ser pego, porque a� cada um assume a sua responsabilidade”, avaliou o pr�-candidato tucano � Presid�ncia.
Desvaloriza��o
Outro pr�-candidato � Presid�ncia, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), tamb�m fez ontem cr�ticas � presidente Dilma. Ele sugeriu que o governo planeja desvalorizar a Petrobras para privatiz�-la. Em ato com sua poss�vel vice Marina Silva, em Salvador, ele disse que a perda nas a��es e as den�ncias que envolvem a empresa o preocupam. "Em tr�s anos, a Petrobras vale a metade do que valia e deve quatro vezes mais do que devia", disse, numa alus�o aos anos de mandato de Dilma. "�s vezes fico seriamente desconfiado se isso n�o faz parte de um plano para desvalorizar e vender a Petrobras." Mais tarde, em entrevista, Campos citou Dilma diretamente ao lembrar a campanha passada, em que ela acusou o ent�o rival Jos� Serra (PSDB) de querer privatizar a estatal. "Em 2010, a presidente acusou o candidato que disputava a elei��o com ela de querer fazer a privatiza��o da Petrobras. Tr�s anos depois, a Petrobras vale a metade do que valia", disse. (Com ag�ncias)