O ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobr�s Paulo Roberto Costa tinha planos ambiciosos para ampliar suas atividades empresariais. Presidente da Costa Global e do Grupo Ref Brasil, ele j� havia conseguido assinar um protocolo de inten��es com o governo de Sergipe para construir uma refinaria privada de petr�leo no Estado, em Carm�polis, numa negocia��o estimada em cerca de R$ 120 milh�es.
Os fatos dos �ltimos dias, no entanto, enterram as pretens�es de Costa em Sergipe. Primeiro, ele foi alvo da Opera��o Lava Jato da Pol�cia Federal. Os investigadores descobriram uma estreita rela��o dele com o doleiro Alberto Youssef, de quem chegou a ganhar uma Land Rover. Tamb�m acharam muito dinheiro em sua casa, no Rio de Janeiro. Foi preso sob suspeita de lavagem de dinheiro e tentativa de ocultar provas. Os federais relacionam Costa a um "plano de neg�cios com a Petrobr�s", estatal da qual j� foi diretor.
Nos bastidores, Costa costumava ter grande desenvoltura no Congresso Nacional quando estava na estatal. Integrava a cota peemedebista na Petrobr�s.
O projeto de Sergipe fazia parte de um plano maior, que inclu�a a constru��o de outras tr�s minirrefinarias, todas privadas, ao longo da d�cada. Os locais j� estavam escolhidos. Al�m de Sergipe, seriam feitas tamb�m no Cear�, Alagoas e Esp�rito Santo. Costa chegou a comentar que j� tinha se encontrado com o governador do Cear�, Cid Gomes, para tratar do assunto.
Em Sergipe, as opera��es j� estavam muito mais adiantadas. O governador Jackson Barreto (PMDB) anunciou, com toda a pompa e circunst�ncia, o superinvestimento privado no Estado, no dia 13 de janeiro. A refinaria ainda homenagearia o governador Marcelo D�da, petista que morreu de c�ncer em dezembro do ano passado.
A pris�o de Costa, acusado de envolvimento no esquema de lavagem de recursos il�citos, que pode chegar a R$ 10 bilh�es, corta a negocia��o, segundo nota oficial da Secretaria de Estado do Desenvolvimento e Tecnologia de Sergipe. "A secretaria garante que n�o houve qualquer preju�zo para o Estado, uma vez que n�o foi realizada nenhuma concess�o de incentivo, pois o processo ainda se encontra na fase protocolar de inten��es e o projeto aguarda as defini��es da ANP e Petrobr�s, indispens�veis a qualquer decis�o governamental", afirma a pasta.