
Apesar da mobiliza��o virtual, feita principalmente por meio de redes sociais como o Facebook, as manifesta��es que lembram os 50 anos da Marcha da Fam�lia com Deus pela Liberdade – que, � �poca, reuniu centenas de milhares de pessoas no Centro de S�o Paulo, em 19 de mar�o de 1964 e precedeu o golpe militar em 31 de mar�o –, reuniu ontem algumas centenas de pessoas nas regi�es centrais de S�o Paulo e do Rio de Janeiro. O protesto a favor de uma nova interven��o militar —que usa o mesmo nome da marcha original–, conseguiu atrair cerca de 400 pessoas em S�o Paulo, muito longe da estimativa de 50 anos atr�s que chegou a mais de 100 mil.
Realizada tamb�m na Regi�o Central e no mesmo hor�rio, por�m com concentra��o na Pra�a da S�, a Marcha Antifascista – Ditadura Nunca Mais aglutinou manifestantes contra uma nova interven��o militar no pa�s. Cerca de mil pessoas caminharam pelo Centro da capital paulista em dire��o � antiga sede do extinto Departamento Estadual de Ordem Pol�tica e Social ( Dops), apontado como um centro de tortura durante a ditadura militar, na Regi�o da Pra�a da Luz. O grupo chegou � Luz por volta das 17h15. Durante o trajeto, gritos ofensivos contra a PM, que acompanhava o protesto e mantinha os manifestantes dentro de um cord�o de isolamento.
Entre os presentes � marcha antifacista, estava o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) que fez um pequeno discurso no qual relembrou os "horrores da ditadura" e defendeu que os manifestantes da t�tica Black Bloc t�m direito de participar de manifesta��es sem serem reprimidos. O senador foi aplaudido pelos por parte dos presentes.
Interven��o No Rio de Janeiro, a Marcha da Familia com Deus pela Liberdade, que se concentrou na Candel�ria, no Centro, e caminhou pela Avenida presidente Vargas ate a altura da Central do Brasil, conseguiu reunir menos p�blico ainda que em S�o Paulo. O simpatizantes do regime militar n�o passaram de 200, metade do n�mero da capital paulista. Cantando m�sicas de ordem, com versos que dizem "N�o abro m�o, quero interven��o", o grupo pediu a volta do governo de exce��o "contra a corrup��o e a defesa da familia", segundo Melchior Roberto, 48, um dos organizadores do evento.
Os manifestantes se concentram no Pal�cio Duque de Caxias, na Avenida Presidente Vargas, onde protestaram com palavras de ordem pela sa�da da presidente Dilma do governo, assim como ocorreu com o presidente deposto Jo�o Goulart. Em todo o pa�s, um dos poucos pol�ticos a marcar presen�a na Marcha da Fam�lia, foi o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que apesar do apoio, fez cr�ticas � manifesta��o. "Estou aqui como cidad�o e acho muito v�lido esse protesto de pessoas de bem que querem o fim da corrup��o, mas acho que o pedido de interven��o militar tira um pouco da forca do protesto", afirmou.
Um homem contr�rio ao movimento chegou a ser cercado por manifestantes, que o intimidaram atrav�s de gritos e xingamentos. O principio de confus�o foi controlado pelos PMs. J� ao final da concentra��o, um outro grupo de cerca de 50 pessoas, contr�rio � Marcha chegou ao local, gerando clima de tens�o e um principio de viol�ncia, que tamb�m foi controlado pelos policiais. Segundo um major da PM, 200 policiais fazem a seguran�a dos protestos.
Fiasco
Em Belo Horizonte, a Marcha da Fam�lia foi um fiasco ainda maior que no Rio e em S�o Paulo, reunindo apenas 50 pessoas na porta da 4ª Companhia de Pol�cia do Ex�rcito, na Rua Juiz de Fora, Bairro Santo Agostinho, Regi�o Centro Sul. Alguns manifestantes traziam cartazes em que pediam que Dilma fosse deposta para que a presid�ncia fosse assumida pelo general Heleno Pereira, comandante da a��o militar brasileira no Haiti em 2004. Defendiam ainda a "interven��o" das For�as Armadas e alegavam que o “pa�s chora tanta corrup��o". Em Recife (PE), a tentativa de reedi��o da marcha tamb�m fracassou. N�o chegou 10 o n�mero de manifestantes.