(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Investiga��o da Pol�cia Federal aponta conex�o entre Cachoeira e doleiro

Duas empresas que receberam R$ 49 milh�es do esquema de corrup��o comandado por Cachoeira repassaram recursos a consultoria suspeita de ser usada por Youssef para pagamento de propinas


postado em 11/04/2014 06:00 / atualizado em 11/04/2014 08:11

De acordo com a investigação da Lava a Jato, a suspeita é de que a MO Consultoria seja uma firma fictícia utilizada por Youssef, ligado ao deputado André Vargas (PT-PR)(foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
De acordo com a investiga��o da Lava a Jato, a suspeita � de que a MO Consultoria seja uma firma fict�cia utilizada por Youssef, ligado ao deputado Andr� Vargas (PT-PR) (foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Bras�lia – Cruzamento de dados com base no relat�rio da Opera��o Lava a Jato aponta uma rela��o direta entre o Deltaduto, canal de financiamento de campanhas pol�ticas a partir de repasses milion�rios de recursos da construtora Delta para empresas de fachada, identificadas pela Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) do Cachoeira, e o doleiro Alberto Youssef. As empresas JSM Engenharia e Terraplenagem e Rock Star Marketing Ltda., sediadas em Santana do Parna�ba (SP), que receberam juntas R$ 49,1 milh�es do esquema comandado pelo empres�rio Fernando Cavendish, da Delta, e o bicheiro Carlinhos Cachoeira, repassaram R$ 1,5 milh�o na mesma �poca para a MO Consultoria. De acordo com a investiga��o da Lava a Jato, a suspeita � de que a MO Consultoria seja uma firma fict�cia utilizada por Youssef, ligado ao deputado Andr� Vargas (PT-PR), como uma central de recursos para pagamentos de propina a servidores p�blicos e a pol�ticos. Youssef est� preso em Curitiba.

O inqu�rito da Pol�cia Federal mostra que a Rock Star repassou, em junho e julho de 2010, pouco antes do in�cio da campanha eleitoral daquele ano, R$ 1,2 milh�o para a MO Consultoria. Em 2007, a empresa recebeu R$ 2,38 milh�es da Delta e R$ 7 milh�es no ano seguinte. Grande parte do repasse para a MO Consultoria, segundo laudo da PF, foi feito por meio de transa��es eletr�nicas em curto espa�o de tempo, com valores pr�ximos de R$ 100 mil. A maior transfer�ncia, de R$ 160 mil, foi realizada em 18 de junho de 2010.

A CPI do Cachoeira apontou a inje��o de R$ 421 milh�es nas empresas fantasmas identificadas ap�s o desencadeamento da Opera��o Monte Carlo, que resultou na pris�o de Cachoeira em fevereiro de 2012. Na �poca, as investiga��es constataram que boa parte do dinheiro proveniente da Delta foi sacado na boca do caixa por laranjas, em junho, em setembro e em outubro de 2010, antes da disputa eleitoral. Por meio do Deltatudo, a JSM Engenharia e Terraplenagem recebeu R$ 39,8 milh�es entre 2008 e 2011. Em 2010, ano de campanha eleitoral, a Delta repassou para os cofres da empresa a maior quantia: R$ 14,9 milh�es.

Na tabela da Pol�cia Federal, constante nos autos da Lava a Jato, a remessa de R$ 300 mil – em quatro parcelas de R$ 75 mil – para a MO Consultoria foi realizada em 20 de julho por meio de transa��es eletr�nicas. A JSM e a Rock Star n�o estavam no grupo de seis empresas fantasmas identificadas entre um total de 18 que tiveram os sigilos fiscal, banc�rio e telef�nico quebrados a pedido dos parlamentares. As duas s� apareceram na investiga��o em raz�o da quebra do sigilo da Delta.

No entanto, ap�s o relat�rio final da CPI, a oposi��o encaminhou um documento complementar � Procuradoria Geral da Rep�blica (PGR) apontando as duas empresas como suspeitas e solicitando aprofundamento da investiga��o. O relat�rio dizia que a Rock Star e a JSM tiveram s�cios em comum.

A reportagem tentou entrar em contato com as empresas, mas n�o obteve sucesso. De acordo com a investiga��o da Pol�cia Federal, entre 2009 e 2013, o caixa da MO Consultoria recebeu R$ 90 milh�es. O jornal Folha de S.Paulo revelou que nove fornecedores da Petrobras depositaram R$ 34,7 milh�es na conta da consultoria de fachada. A confiss�o de que a empresa n�o tem atividade, segundo o jornal, foi feita por um funcion�rio de Alberto Youssef: Waldomiro de Oliveira, em nome de quem a MO Consultoria est� registrada na Junta Comercial de S�o Paulo.

Movimenta��o no exterior

Em agosto de 2012, reportagem revelou que documentos sigilosos apontavam que a Delta, piv� do esc�ndalo, transferiu R$ 85,34 milh�es apenas em 2011 para contas nas Ilhas Cayman, famoso para�so fiscal no Caribe, ao Sul de Cuba. Os dados apontavam tr�s grandes remessas. O primeiro repasse ocorreu em 28 de mar�o de 2011. A empreiteira enviou R$ 40 milh�es para uma conta do Banco Safra. Em 23 de dezembro de 2011, foram realizadas duas opera��es. A primeira no valor de R$ 44,73 milh�es, e a segunda, de R$ 609 mil. As informa��es apontaram ainda vultosas quantias de dinheiro remetidas pela quadrilha comandada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira a institui��es banc�rias no exterior. S� o contraventor enviou mais de R$ 1,5 milh�o para diferentes contas banc�rias.

Na CPI do Cachoeira, o dono da empreiteira, Fernando Cavendish, ficou calado e foi dispensado imediatamente. Ele estava amparado por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal. Cachoeira foi condenado a 39 anos de pris�o pelos crimes de peculato, corrup��o, viola��o de sigilo e forma��o de quadrilha. As acusa��es s�o relativas � Opera��o Monte Carlo, da Pol�cia Federal. A Justi�a do Distrito Federal condenou o contraventor a cinco anos de pris�o em regime semiaberto. A senten�a � decorrente da Opera��o Saint Michel, deflagrada pelo Minist�rio P�blico do Distrito Federal e que investigou tentativas de fraudes no sistema de bilhetagem do transporte p�blico do Distrito Federal. Atualmente, ele cumpre pena em regime semiaberto.

PF solicita seguran�a m�xima

A Pol�cia Federal pediu ontem a transfer�ncia dos doleiros Alberto Youssef e Carlos Habib Chater para o pres�dio federal de Catanduvas (PR), considerado de seguran�a m�xima. No pedido, a PF argumenta que a carceragem de sua superintend�ncia � inadequada para os presos e que n�o oferece seguran�a. Foi esse pres�dio que abrigou o megatraficante Fernandinho Beira-Mar.

Youssef foi preso no �mbito da Opera��o Lava a Jato, sob acusa��o de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilh�es. Chater, acusado de movimentar o mercado paralelo de Bras�lia, era um dos contatos de Youssef, segundo as investiga��es da PF.

O advogado Ant�nio Augusto Figueiredo Basto, que defende Youssef, disse que o pedido "� absurdo": "Eles n�o s�o criminosos de alta periculosidade para ir para um pres�dio de seguran�a m�xima. Parece retalia��o contra o meu cliente. � uma medida desnecess�ria e abusiva".

Para a Pol�cia Federal, todos os presos da opera��o devem ser transferidos para pres�dios estaduais e federais no Paran�. Entre eles est� o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa. A solicita��o ainda precisa ser analisada pela Justi�a. Segundo a PF, esse � o segundo pedido para a transfer�ncia de presos que estavam na carceragem da Superintend�ncia em Curitiba.

Inicialmente, a pol�cia solicitou ao Judici�rio que enviasse todos os presos para Catanduvas, mas, entre eles, h� uma mulher e a Penitenci�ria Federal n�o poderia abriga-la.

A Opera��o Lava a Jato foi deflagrada pela Pol�cia Federal para apurar lavagem de dinheiro em v�rios estados do pa�s. Segundo as investiga��es, Youssef comandava um esquema de evas�o de divisas que movimentou, ilegalmente, cerca de R$ 10 bilh�es. J� o ex-diretor da Petrobras foi indiciado por ter supostamente favorecido o doleiro em uma negocia��o com a empresa. Conforme a investiga��o, ele teria ajudado Youssef a conseguir um contrato de mais de R$ 200 milh�es com a estatal, usando uma empresa de fachada.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)