S�o Paulo - S�cio do Labogen, Leonardo Meirelles afirmou nessa segunda-feira que o ex-assessor do Minist�rio da Sa�de Marcus C�sar Ferreira de Moura foi contratado pelo laborat�rio justamente para atuar como lobista em �rg�os do governo federal, em especial na pasta em que trabalhou. “O Marcus Moura mantinha os contatos institucionais com o Minist�rio da Sa�de”, disse Meirelles. O Labogen � apontado pela Pol�cia Federal como o carro-chefe do esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef.
Escutas da Pol�cia Federal flagraram o deputado licenciado Andr� Vargas, que pediu desfilia��o do PT em meio ao esc�ndalo da Lava Jato, dizendo a Youssef, por meio de mensagem de texto, que Padilha havia indicado o nome de Moura para um cargo de comando no laborat�rio. A mensagem interceptada foi enviada ao doleiro em novembro de 2013.
Moura havia trabalhado com Padilha no Minist�rio da Sa�de entre maio e agosto de 2011, como assessor de eventos da pasta do governo federal. Tamb�m trabalhou na campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010. Padilha, que � pr�-candidato do PT ao governo de S�o Paulo, nega que tenha feito a indica��o. O Minist�rio da Sa�de afirma que nenhum pagamento foi liberado para o Labogen.
Atua��o
Moura passou a atuar no Labogen em dezembro de 2013, segundo Meirelles. Ele ficava sediado em Bras�lia, mas com poderes para deslocamentos pelo Pa�s, em nome do laborat�rio. O s�cio do neg�cio controlado por Youssef diz que o ex-assessor de Padilha n�o chegou por indica��o do ex-ministro, mas sim de outro personagem do esc�ndalo da Lava Jato.
Segundo o s�cio do Labogen, a indica��o de Moura foi feita pelo fundo GPI Participa��es e Investimentos, controlado por Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-ministro do governo Fernando Collor (1990-1992). Pedro Paulo, conhecido como PP, � suspeito de integrar o esquema de Youssef.
“Ele (Moura) veio atrav�s desse fundo de investimentos. N�o tive nenhuma influ�ncia (na contrata��o) e nenhum contato com o ex-ministro (Padilha). Tive reuni�es com o Marcus Moura, ele esteve algumas vezes na empresa tomando conhecimento e ci�ncia das nossas atividades. Eu n�o o conhecia, nunca o tinha visto”, afirmou Meirelles.
O registro em carteira indica que Moura recebia R$ 4,2 mil ao m�s. “Ele ganhava tamb�m uma verba para custear viagens e hospedagens. Ap�s o epis�dio (deflagra��o da Lava Jato, em 17 de mar�o), n�o tive mais contato com o Marcus, outro motivo para que o desligue”, disse Meirelles. Segundo informou o jornal Folha de S.Paulo no domingo, o vencimento real de Moura chegava a R$ 25 mil ao m�s.
O advogado do s�cio do Labogen afirma que o trabalho de atua��o do laborat�rio com o governo realizado pelo ex-assessor de Padilha era leg�timo. “Todas as empresas t�m algu�m respons�vel pelas rela��es com o poder p�blico”, disse Haroldo C�sar Nater, defensor de Meirelles - o s�cio do Labogen tamb�m � acusado de integrar o esquema de lavagem do doleiro. “N�o h� nada de irregular nesse trabalho. Um grupo de investidores que tem interesse no Labogen disse que ele (Meirelles) precisava contratar uma pessoa que pudesse fazer o papel de rela��es institucionais”, disse o advogado.
Diante do esc�ndalo e da liga��o de seu nome ao do ex-ministro Padilha, Moura deve perder o emprego no laborat�rio. “Estou providenciando o desligamento dele, vou comunic�-lo formalmente at� porque n�o temos mais condi��es de bancar essa despesa”, disse Meirelles.
Remessas
O Estad�o revelou no domingo que o Labogen enviou pelo menos US$ 113 milh�es para o exterior, segundo a Pol�cia Federal, por meio de opera��es de fachada. Na pr�tica, o laborat�rio dizia que estava importando insumos para medicamentos, mas na verdade a inten��o era apenas retirar o dinheiro do Pa�s, segundo os investigadores.
O ex-diretor da Petrobr�s Paulo Roberto Costa, que assim como Youssef est� preso desde mar�o, tamb�m � apontado como integrante do esquema que, ao todo, teria lavado R$ 10 bilh�es.