Bras�lia, 08 - Depois de ser vencida na estrat�gia de evitar, a qualquer custo, a CPI da Petrobras, a presidente Dilma Rousseff espera que sua base aliada fa�a da comiss�o do Metr� um espelho das amea�as da oposi��o na investiga��o sobre a estatal. O turbilh�o que j� culminou com queda expressiva de Dilma nas pesquisas a fez tomar as r�deas da articula��o pol�tica nas �ltimas semanas. A ordem agora � adotar uma pol�tica de redu��o de danos e medir com term�metro os movimentos do PSDB para atacar com a mesma moeda.
Sem integrar nenhuma das tr�s CPIs que ser�o instaladas nas pr�ximas semanas - duas da Petrobras, uma exclusiva do Senado e outra mista; e mais uma do Metr� -, A�cio Neves corre para consolidar "um discurso profissional" e arrematar os apartes de seus representantes na comiss�o que vai investigar a estatal, de forma que as atua��es tenham uma conex�o direta com a campanha tucana � Presid�ncia. Enquanto isso, o pr�-candidato do PSB, Eduardo Campos, tem orientado seus aliados a tra�ar rumos independentes, numa continuidade do discurso de descolamento dos tucanos adotado pelo pessebista nessa semana.
O Pal�cio do Planalto quer remover a imagem de que o PT � contra investigar a Petrobras e, para isso, tem orientado seus soldados a tomar a dianteira na apresenta��o de requerimentos. Nessa linha de atua��o, integrantes do partido da presidente devem apresentar pedidos de convoca��o de nomes ligados � estatal, como a presidente Gra�a Foster, o antecessor, Jos� S�rgio Gabrielli, e o ex-diretor Internacional, Nestor Cerver�. Em contrapartida, a oposi��o amea�a pedir quebras de sigilo banc�rio, fiscal e telef�nico desses e outros personagens envolvidos nas den�ncias contra a Petrobras, como o ex-diretor de abastecimento, Paulo Roberto Costa.
Se o time de A�cio pesar a m�o, a rea��o ser� imediata. "� l�gico que ningu�m quer chamar o Serra para depor na CPI do Metr�. Mas se o clima come�ar a ficar mais tenso que o previsto na outra (da Petrobras), vamos apelar para os nomes pol�ticos", disse um aliado de Dilma. Inicialmente, contudo, governistas devem optar por convocar, na CPMI, do Metr�, t�cnicos j� denunciados pelo Minist�rio P�blico no caso de cartel em S�o Paulo.
Do lado do PSDB, a amea�a de ver desgastados nomes do partido com a CPI do Metr� j� come�ou a ditar mudan�as de postura. A sess�o do Congresso de quarta-feira, na qual o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) pediu as indica��es para a comiss�o mista da Petrobras, contou com poucos tucanos. A�cio apareceu, mas sequer se posicionou. Justificou sua passividade alegando que o objetivo da sess�o j� estava encaminhado. "A oposi��o quer usar a imprensa para fazer um sangramento cada vez maior da presidenta. Nenhum dos dois lados quer CPI", avaliou o l�der do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM).
A oposi��o vai tentar se defender a qualquer custo na comiss�o do Metr� e, com isso, pode ceder �s press�es na comiss�o que investiga a estatal. Tentando se afirmar como uma terceira via, Eduardo Campos orienta uma atua��o independente. "Nossa atua��o ser� de fazer uma apura��o sem um cunho exclusivamente pol�tico e eleitoral", disse o representante do PSB na CPMI da Petrobras, deputado J�lio Delgado (MG). A postura dos correligion�rios de Campos deve ser a mesma nas duas CPIs, j� que a avalia��o � de que nenhuma delas t�m poder de fogo suficiente para atingir o presidenci�vel.
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Governo e oposi��o come�am a definir estrat�gia para CPI
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