
Sem se encontrar, mas disputando o mesmo p�blico, os dois pr�-candidatos que polarizam a disputa pelo governo de Minas tiveram ontem o primeiro embate eleitoral, que transformaram em ringue para medir for�as entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador A�cio Neves (PSDB). O “quase encontro” foi no 31º Congresso Mineiro de Munic�pios, no Expominas. Enquanto o ex-ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior Fernando Pimentel (PT) se esfor�ou para mostrar sintonia com a petista, chegando at� a antecipar um an�ncio da presidente, o ex-ministro das Comunica��es Pimenta da Veiga (PSDB) gastou quase todo o tempo de sua fala para criticar o governo federal e pregar a necessidade de fazer de A�cio presidente.
Pimenta e Pimentel chegaram juntos, devido a um atraso de cerca de uma hora do petista, mas n�o se encontraram, j� que as equipes de ambos armaram um esquema para evitar que se cruzassem. Primeiro a falar para os prefeitos, Fernando Pimentel concentrou o discurso nas regras de distribui��o e recursos e encargos aos entes federados. Se colocando como ex-prefeito de Belo Horizonte, o petista se mostrou solid�rio �s demandas dos prefeitos, principalmente na luta pelo aumento do Fundo de Participa��o dos Munic�pios (FPM).
O pr�-candidato do PT saiu em defesa da presidente Dilma e disse que, apesar de o governo ter concedido as isen��es no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que geraram queda no FPM, ela deu aporte �s prefeituras de 1% no ano passado. O ex-ministro de Dilma aproveitou para dizer que ela deve dar mais dinheiro na pr�xima marcha dos prefeitos a Bras�lia, que ocorre na semana que vem. “O governo vai discutir com prefeitos e prefeitas a possibilidade de estender de novo, de fazer um novo aporte, talvez seja at� um aporte definitivo. Estou antecipando isso aqui. Depois talvez at� a presidente puxe minha orelha”, afirmou, arrancando aplausos dos prefeitos.
Ao mesmo tempo, Pimentel tentou desviar o foco das queixas dos prefeitos, propondo uma solu��o de �mbito estadual. Falando como pr�-candidato ao Pal�cio da Liberdade, o petista afirmou que, se eleito, vai batalhar por uma revis�o na distribui��o do Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS). Ele lembrou que 75% do tributo � dividido tendo como crit�rio o desempenho econ�mico da cidade. Pimentel afirmou ser necess�ria uma reforma que substitua o Valor Adiconado Fiscal (VAF) por crit�rios mais equilibrados. Ele tamb�m disse que pretende rever e simplificar a Lei Robin Hood, que distribui os outros 25% do ICMS em Minas Gerais, adotando como pontos para repartir a verba a popula��o, extens�o territorial e a renda per capita do munic�pio.
Ao responder perguntas da plateia, Pimentel criticou a seguran�a no estado. “N�o � uma sensa��o artificial de inseguran�a. Ela � real e piorou muito em Minas Gerais”, afirmou, alegando que essa � a principal demanda percebida nas cidades que visitou.

‘Apela��o eleitoral’
Antes de entrar na sala, Pimenta da Veiga classificou a antecipa��o do an�ncio de Dilma por Pimentel uma apela��o eleitoral e emendou com uma cr�tica que se estendeu por toda a palestra aos prefeitos e vereadores: a condena��o das promessas de Dilma. “Voc�s que est�o pr�ximos � BR-381, quantas promessas ouviram de que a rodovia seria duplicada? Sabemos que na semana que vem v�o prometer de novo, mas quantos quil�metros foram feitos? Nada”, afirmou o pr�-candidato tucano, se referindo � nova visita da presidente Dilma Rousseff (PT) a Minas Gerais, prevista para segunda-feira.
Pimenta come�ou falando dos feitos do ent�o governador A�cio Neves em Minas Gerais, passou pela gest�o do sucessor Antonio Anastasia e acabou dizendo que o estado avan�ou apenas pelo esfor�o dos mineiros, sem o apoio do governo federal. O tucano disse que nada foi feito pelo metr� de Belo Horizonte e que o mais “constrangedor” foi o estado perder ind�strias que, por influ�ncia do governo Dilma, foram “desviadas” para estados como Pernambuco e Bahia.
Depois de exaltar o Plano Real dos tucanos e colocar o governo petista como respons�vel pela volta da infla��o, Pimenta disse que a �nica coisa que n�o cresce no Brasil � o Produto Interno Bruto (PIB). “� um pibinho vergonhoso”, afirmou. Na sequ�ncia, o tucano comparou a pr�-candidatura de A�cio Neves ao movimento dos mineiros que levou Juscelino Kubitschek � Presid�ncia. “Se A�cio for eleito presidente, ser� muito bom para o Brasil, mas melhor ainda para Minas Gerais”, disse.
O pr�-candidato tamb�m fez promessa pelo presidenci�vel, que chegou a constar da programa��o oficial do evento promovido pela Associa��o Mineira de Munic�pios mas cancelou a visita por causa de agenda no Congresso. “N�o � justo fazer desonera��es �s custas dos munic�pios sem oferecer compensa��o. O presidente A�cio Neves haver� de mudar isso”, afirmou, conseguindo mais aplausos e simpatia dos prefeitos. Depois de defenderem seus candidatos em n�vel nacional, Pimenta e Pimentel sinalizaram a inten��o de, se eleitos, fazer governos em parceria e ouvindo os prefeitos.