Bras�lia - A presidente da Petrobras, Maria das Gra�as Foster, blindou nesta ter�a-feira a presidente Dilma Rousseff da responsabilidade pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), transa��o que acabou por gerar um preju�zo bilion�rio � estatal.
Numa audi�ncia boicotada pela oposi��o, que acusa a CPI de ser "chapa branca" e pressiona pela instala��o de uma Comiss�o Parlamentar Mista, Gra�a Foster tamb�m afirmou que o resumo executivo preparado pela diretoria internacional e encaminhada ao conselho n�o tinha as cl�usulas Put Option e Marlim. A primeira obrigava a petroleira a comprar a outra metade da refinaria em caso de desentendimento com a s�cia belga Astra Oil, o que acabou acontecendo. J� a segunda garantia ganhos m�nimos aos belgas mesmo que o neg�cio n�o desse lucro. "Sim, elas s�o importantes na negocia��o", declarou Gra�a. "A Put Option � comum em negocia��es como essa, mas ela precisa ser apresentada. A equa��o do pre�o de sa�da precisa ser apresentada", disse a presidente da empresa.
Contrariando o depoimento dado na semana passada pelo ex-diretor da �rea internacional, Nestor Cerver�, a presidente da Petrobras disse que, se as duas cl�usulas fossem conhecidas pelo conselho de administra��o, haveria no m�nimo uma "boa discuss�o" e talvez o neg�cio n�o tivesse sido autorizado. "� poss�vel que a compra n�o tivesse acontecido".
Em mar�o deste ano, o jornal O Estado de S.Paulo revelou que a presidente Dilma Rousseff, � �poca da transa��o ministra da Casa Civil e presidente do conselho de administra��o da Petrobras, apoiou a aquisi��o de 50% da refinaria. O Pal�cio do Planalto justificou a decis�o de Dilma e argumentou que o resumo executivo encaminhado ao conselho n�o continha cl�usulas importantes do contrato que, se conhecidas, seriam rejeitadas.
Durante o depoimento, a presidente da Petrobras tamb�m negou que Pasadena fosse obsoleta ou considerada uma "sucata". "N�o encontramos nos documentos e relat�rios da �rea internacional nenhum relato dizendo que a refinaria � uma sucata velha ou que est� obsoleta. Sim ela precisava de investimentos", concluiu. Ela informou ainda que a ideia inicial era que a estatal brasileira adquirisse 70% de Pasadena, e n�o apenas 50%. De acordo com ela, a Astra Oil queria ter apenas 30% no neg�cio, mas direitos semelhantes aos da Petrobras, raz�o pela qual isso n�o prosperou.