Denise Rothenburg
Enviada especial

S�o Paulo – Em seu primeiro discurso como candidato oficial do PSDB a presidente da Rep�blica, o senador A�cio Neves, inspirado no av� Tancredo Neves, tratou de colocar como fruto do trabalho de seu partido os avan�os que o Brasil obteve nos �ltimos 30 anos. “Se sempre foi inequ�voco o compromisso do PSDB com a democracia e a liberdade, foi a nossa coragem que nos legou o pa�s moderno e promissor que somos hoje”, disse ele, que encerrou prevendo uma “ventania, um tsunami que vai varrer do governo federal aqueles que l� n�o t�m se mostrado capazes de atender �s demandas da popula��o brasileira”.
As palavras do senador tucano foram proferidas num dos maiores centros de conven��es de S�o Paulo, o Center Norte. A�cio entrou �s 11h10, acompanhado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Para discursar, entretanto, foi conduzido at� o p�lpito pela filha Gabriela. A m�e, Maria In�s, tamb�m estava presente, ao lado de Maria Estela Kubitschek, filha do ex-presidente Juscelino.
Os v�deos, com a hist�ria pol�tica de A�cio e, depois, a voz de Ferreira Gullar, com o Adeus a Tancredo, deram o tom da emo��o para que o candidato apresentasse um discurso que teve o sentido de colocar o PSDB no protagonismo positivo da hist�ria recente do pa�s e o governo petista como aquele que deixou os avan�os escorrerem como �gua pelas m�os. “Foi com a nossa coragem que colocamos fim ao ciclo hiperinflacion�rio que aprisionava o nosso crescimento e roubava o nosso futuro. E atingia especialmente os mais pobres, os que mais precisavam e menos tinham. Com a determina��o do presidente Itamar Franco e a lideran�a inconteste do presidente Fernando Henrique, transformamos a realidade brasileira de forma estrutural e definitiva com o Plano Real”, comentou.
“Quero afian�ar a cada um de voc�s: nenhum outro governo, em nossa hist�ria recente, deixou um legado de transforma��es e criou bases t�o s�lidas para que o pa�s pudesse avan�ar como o governo do PSDB, apoiado sempre pelos nossos aliados, e homenageio de forma expl�cita e forte o Democratas de tantos companheiros que aqui hoje comparecem”, disse, referindo-se ao primeiro partido (o antigo PFL) a se aliar ao projeto de FHC na d�cada de 1990”, afirmou o candidato.
“E n�o adianta nossos advers�rios quererem, a hist�ria n�o se reescreve. Ela est� a� para ser revisitada e reconhecida”, afirmou para, em seguida, listar as cr�ticas ao atual governo. “Quem foi contra o Plano Real � quem hoje permite a volta da infla��o. Quem foi contra a lei de Responsabilidade Fiscal � quem hoje assina a maldita contabilidade criativa. Quem se negou a apoiar a uni�o nacional defendida por Tancredo e Itamar, em dois momentos important�ssimos da vida nacional, s�o os mesmos que se esfor�am hoje em dividir o Brasil de forma perversa entre o n�s e eles. Nos �ltimos anos, com velocidade surpreendente, o legado bendito que a gest�o do PSDB deixou para o pa�s est� se esvaindo, se esgotando”, disse, pregando uni�o dos presentes em torno das necessidades do pa�s, citando sa�de, seguran�a e educa��o.
Num dado momento, ele sai do p�lpito e parte para a frente do palco, de microfone em punho e disfere as cr�ticas mais duras: “Os brasileiros, a verdade � essa, percebem que foram tra�dos e por isso o ambiente de indigna��o e desalento tomou conta de todos os cantos do Brasil. Acreditaram na propaganda de quem dizia defender a �tica e elegeram um governo que foi protagonista dos maiores esc�ndalos de corrup��o da nossa hist�ria. Acreditaram na propaganda de quem dizia defender o patrim�nio p�blico e elegeram um governo que em poucos anos vem aniquilando o valioso patrim�nio constru�do por gera��es de brasileiros. Um governo que se acomodou com as conquistas passadas que herdou. Que perdeu a capacidade de avan�ar e que vive, lamentavelmente, da propaganda daquilo que n�o fez. Governo que n�o ouve, erra. Governo que improvisa, falha sempre”, disse ele.
“Vamos conduzir o Brasil para o reencontro com a dec�ncia, com a dignidade e com o trabalho. Com a efici�ncia na vida p�blica”, acrescentou o candidato. Nesse ponto, ele vai chegando ao final e todos se aproximam da frente do palco. Terminada a sua fala, sob gritos “Eu sou A�cio, com muito orgulho, com muito amor”, o candidato deixa o palco distribuindo “selfies”.