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Estado de Minas

Ex-prefeitos buscam apoio em bases eleitorais para ocupar Legislativo

Assim como deputados deixaram o Parlamento h� dois anos para virar prefeito, ex-chefes de Executivo que encerraram o mandato em 2012 se preparam agora para tentar vaga no Legislativo


postado em 16/06/2014 06:00 / atualizado em 16/06/2014 07:28

De prefeito a deputado e, de deputado a prefeito, esse � o vaiv�m que, no Brasil, constitui parte integrante da carreira pol�tica. Se nas �ltimas elei��es municipais quatro deputados federais e cinco estaduais se elegeram prefeitos e vice-prefeito – e outros 10 estaduais e cinco federais tentaram sem sucesso ganhar o Executivo –, agora � a hora do retorno. Ex-prefeitos azeitam as bases eleitorais para ocupar o Legislativo.

Em se tratando de cidades de porte m�dio e grande, o PR � a legenda que mais engrossou a sua chapa: Ademir Lucas, que comandou Contagem pelo PSDB, Danuza Bias Fortes, ex-prefeita de Barbacena pelo PMDB, Walace Ventura, ex-prefeito de Ribeir�o das Neves pelo PSB, e ainda �ngelo Roncalli e Vagner C�ndido de Oliveira, que foram prefeitos pelo mesmo partido de cidades menores, nesta ordem: S�o Gon�alo do Par� e Ch�cara. N�o apenas o PR acumula quadros pol�ticos com a trajet�ria do Executivo ao Legislativo e vice-versa. A pr�tica faz parte da rotina nas carreiras de pol�ticos de todas as legendas. Ao migrar do Legislativo para a Executivo, os pol�ticos abrem oportunidades para, com a caneta na m�o, fazer mais investimentos e tentar atrair conv�nios para as suas bases, mantendo a lealdade do eleitorado.

O caminho inverso � verdadeiro. Ao fim do mandato, os prefeitos buscam a rota do Legislativo. Foi assim com Toninho Timbira, ex-prefeito de Santa B�rbara pelo PTB. Ele filiou-se no ano passado ao PSL para tentar uma cadeira na C�mara dos Deputados nestas elei��es. “Da �ltima vez que disputei para deputado federal, em 2002, obtive 40 mil votos. Fiquei na segunda supl�ncia, apesar de ter tido mais votos do que 13 dos 53 eleitos”, assinala Timbira. Em 2004, elegeu-se prefeito e, em 2008, foi reeleito. “Agora volto a concorrer pelo PSL”, assinala. Se repetir a mesma vota��o de 2002, o PSL, que estar� coligado com quatro outras legendas pequenas – PHS, PTC, PRTB e PSC –, ter� chance de chegar l�.

J� S�rgio Mendes, ex-prefeito de Tim�teo, pretende concorrer para deputado estadual. Ele iniciou a carreira no PT, como vereador. Concorreu �s elei��es em 2008, j� pelo PSB. Ficou em segundo lugar, mas, como o prefeito Geraldo Hil�rio Torres (PDT) foi cassado, assumiu o Executivo em outubro de 2010, dois dias depois de ter concorrido para deputado estadual sem sucesso: conquistou 17.746 votos e ficou na sexta supl�ncia da coliga��o PSB-PTB.

A estrutura de oportunidades na constru��o da carreira pol�tica se d� na movimenta��o entre cargos e entre poderes. “Temos e sempre tivemos um n�mero elevado de ex-prefeitos que foram deputados federais, prefeitos e, terminado o mandato, deputado federal de novo”, avalia Simone Cuber, professora-adjunta de Ci�ncia Pol�tica do curso de direito do Ibmec do Rio de Janeiro, que h� muitos anos pesquisa a trajet�ria dos parlamentares. “O modelo de carreira no Brasil n�o � linear, do tipo que come�a como vereador, segue como deputado estadual, federal, sempre no Legislativo”, considera Cuber. Segundo ela, a estrutura de nosso sistema abre oportunidades a cada quatro anos, a um custo baixo, j� que o deputado n�o precisa se desincompatibilizar para disputar uma variedade de cargos. “S�o mais de cinco mil prefeituras no pa�s”, diz.

Um quarto tem sucesso nas urnas

Entre 1992 e 2012, 547 parlamentares disputaram as elei��es para as prefeituras municipais, em m�dia, 91 ao ano, ou seja, 18% do plen�rio, apontam dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). A cientista Simone Cuber, que acompanhou as carreiras desses deputados federais, sustenta que, em m�dia, 26% tiveram sucesso eleitoral. E um quarto deles voltou a se eleger para a C�mara dos Deputados ap�s conclu�do o mandato de prefeito.

Entre os deputados federais que disputaram sem sucesso as elei��es municipais no per�odo, em m�dia 84% voltaram para concorrer a novo mandato legislativo no pleito seguinte. “A despeito de esses deputados terem tentado sair do Legislativo, eles querem permanecer na C�mara”, afirma ela, assinalando ser esse interesse inclusive maior do que aquele verificado entre deputados federais que n�o fizeram nenhum movimento para concorrer �s elei��es municipais: em m�dia, apenas 74% deles se reapresentaram para concorrer � reelei��o.

Esse movimento de zigue-zague nas carreiras do Legislativo para o Executivo requer uma profissionaliza��o muito grande da pol�tica. “Requer justamente saber conduzir e construir a carreira dentro dessa estrutura de oportunidades”, afirma a pesquisadora.


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