Bras�lia, 17 - O Minist�rio P�blico Federal (MPF) suspeita que as obras da Petrobras na Refinaria Presidente Get�lio Vargas (Repar), no Paran�, tenham sido alvo do mesmo esquema investigado na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Relat�rio de procuradores que atuam no Estado diz que recursos de contratos superfaturados na unidade de refino paranaense podem ter abastecido empresas ligadas ao ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e ao doleiro Alberto Youssef.
Os procuradores sustentam que parte do dinheiro pago �s construtoras na Repar pode ter sido repassado a empresas suspeitas de integrar o esquema, como teria ocorrido em Abreu e Lima. Al�m disso, uma planilha apreendida na Opera��o Lava Jato sugere que o ex-diretor da Petrobras negociou doa��es eleitorais com empreiteiras, entre elas tr�s contratadas para as obras no Paran� (UTC/Constran, Mendes J�nior e Toyo Setal).
Ao quebrar o sigilo da MO Consultoria, empresa de fachada que pertenceria a Youssef, os investigadores encontraram dep�sito de R$ 617 mil feito pela construtora OAS. A empresa, a Odebrecht e a UTC integram o Cons�rcio Conpar, que tem um dos contratos na Repar. Segundo a PF, nessa fatia das obras o superfaturamento seria de cerca de R$ 132 milh�es. O relat�rio do Minist�rio P�blico Federal aponta ainda um repasse de R$ 3,6 milh�es "da Repar � Sanko-Sider", empresa citada na Lava Jato como pe�a do esquema de desvios da Petrobras para a MO Consultoria. A informa��o consta de uma planilha apreendida pela PF.
Hist�rico
Segundo den�ncia aceita pela Justi�a, na constru��o da Refinaria Abreu e Lima a Petrobras pagava por servi�os superfaturados ao Cons�rcio Nacional Camargo Corr�a, que mantinha contratos para a compra de material como a Sanko. "Dali para frente, o dinheiro il�cito do peculato e da corrup��o foi pulverizado mediante diversas opera��es de lavagem de capitais", sustenta relat�rio do Minist�rio P�blico.
O documento foi enviado ao juiz S�rgio Moro, da Lava Jato. Em decis�o de 12 de maio, ele reconhece a conex�o entre o caso de Pernambuco e o caso do Paran�. "Se valores pagos nas obras da Repar foram destinados �s empresas de Youssef, haveria conex�o entre crimes antecedentes e de lavagem", escreveu o magistrado. A suspeita de superfaturamento na Repar � investigada pela Pol�cia Federal e pelo Tribunal de Contas da Uni�o. Em 2011, o deputado Fernando Francischini (SDD-PR), ent�o filiado ao PSDB, pediu que a Comiss�o de Fiscaliza��o e Controle da C�mara estudasse os contratos em quest�o. Em maio de 2012, a proposta foi rejeitada pela base governista.