
Bras�lia – Na disputa para assegurar o apoio pol�tico dos aliados e n�o perder minutos preciosos na propaganda eleitoral a 10 dias do in�cio da campanha presidencial, o Pal�cio do Planalto ainda corre para aparar arestas e amenizar a press�o da base com o objetivo de evitar novas defec��es. Na manh� dessa quarta-feira, ap�s o PSD, do ex-prefeito de S�o Paulo Gilberto Kassab, garantir de maneira tranquila o apoio � reelei��o da presidente Dilma Rousseff, a conven��o nacional do Partido Progressista (PP) foi bastante turbulenta. Para manter o apoio a Dilma, o presidente nacional da legenda, senador Ciro Nogueira (PI), precisou de uma manobra para que a presidente garantisse um minuto e 20 segundos de tempo na tev�. Como um trator, passou por cima das normas da conven��o partid�ria. N�o autorizou a vota��o e transferiu a decis�o para a executiva da sigla, que s� confirmou o apoio � chapa encabe�ada pela petista, sob protestos, na tarde de ontem.
A costura eleitoral prosseguiu durante todo o dia. Para n�o deixar escapar mais um minuto e dois segundos de propaganda eleitoral, a presidente atendeu ao PR e exonerou o ministro dos Transportes, C�sar Borges. A concess�o ao PR e a conven��o do PP s�o mais um cap�tulo que exp�e a dificuldade da presidente de manter a sua coliga��o. O evento, ocorrido na manh� de ontem no Senado Federal, terminou em confus�o. O tumulto se instalou depois de o senador Ciro Nogueira apresentar e aprovar uma resolu��o transferindo a decis�o sobre a alian�a nacional para a Executiva do partido. A portas fechadas, ela fechou o apoio a Dilma.
‘REL�MPAGO’ O documento, entretanto, n�o foi votado, o que gerou revolta entre os que defendiam a neutralidade da legenda – posi��o dos diret�rios do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. Os descontentes ingressaram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a��o cautelar para cassar os efeitos do encontro. Em nota, a dire��o da sigla liberou acordos diferentes nos estados. Opositora do apoio a Dilma, a senadora e pr�-candidata ao governo do Rio Grande do Sul Ana Am�lia disse que a decis�o foi tomada em uma “reuni�o rel�mpago”. “Como se pode tomar uma decis�o dessa magnitude numa reuni�o rel�mpago, a portas fechadas?”, questionou.
Em contraste com o que ocorria no Senado, na C�mara dos Deputados a presidente foi muito aplaudida diante da batuta do “maestro” Gilberto Kassab – chamado por ela de “nosso l�der emergente”. Depois de flertar com os tucanos at� os 45 do segundo tempo, e a despeito de o ex-prefeito ser vaiado na conven��o petista, a legenda decidiu apoiar a presidente. A decis�o foi confirmada por 108 (95%) dos 114 convencionais que votaram. A petista ainda mandou, de maneira indireta, um recado a partidos que abandonaram o barco governista, a exemplo do PTB, que anunciou apoio � candidatura de A�cio Neves. “Engana-se quem defende que n�o h� compatibilidade entre a lealdade e a pol�tica. Tem uma esp�cie de esperteza que tem vida curta.”