Diferentemente de Dirceu, que sai pela primeira vez do estabelecimento fechado, os outros tr�s j� estiveram no CPP, mas tiveram de voltar � Papuda por decis�o de Joaquim Barbosa, ent�o relator do processo do mensal�o no Supremo Tribunal Federal (STF). Em maio, o ministro entendeu que todos os presos em regime semiaberto teriam de cumprir um sexto da pena para ter o benef�cio do trabalho externo — interpreta��o derrubada pelo STF na semana passada, quando o processo j� estava sob a relatoria de Lu�s Roberto Barroso. O ex-assessor do PL (atual PR) Jacinto Lamas, outro beneficiado pela nova decis�o da Corte, vai se juntar hoje ao grupo no CPP.
Dentro do centro, Dirceu, Valdemar, Del�bio e Bispo Rodrigues est�o na Ala E, um grande galp�o destinado a presos que t�m vulnerabilidade em rela��o � massa carcer�ria, como ex-policiais, pessoas que passaram por j�ri popular de grande repercuss�o e at� ex-funcion�rios do governo. Os condenados famosos dividem o espa�o com cerca de 20 detentos. H� aproximadamente 10 treliches na cela em que os mensaleiros foram alojados. Eles contam com dois banheiros, que t�m chuveiro de �gua quente e vaso de lou�a, e tamb�m com um pequeno fog�o. N�o podem, entretanto, entrar com comida para ser preparada na ala. Apenas se comprarem os ingredientes da cantina que funciona dentro do estabelecimento prisional.
Novas regras
A cela � a mesma em que Del�bio, Valdemar e Bispo Rodrigues estiveram antes de Joaquim Barbosa cancelar o trabalho externo deles. Jo�o Paulo Cunha, que n�o sofreu proibi��o, tamb�m est� no local. No CPP, n�o � preciso usar roupas brancas, ao contr�rio das regras vigentes na Papuda. Como os presos trabalham fora, o vestu�rio fica liberado. Cada detento tem um hor�rio para se recolher, dependendo do local do servi�o externo. No caso de Dirceu, conforme a proposta de emprego aprovada pela Justi�a, o expediente come�ar� �s 8h e terminar� �s 18h no escrit�rio de advocacia, com hor�rio de almo�o das 12h �s 14h.
O ex-ministro Jos� Dirceu vai trabalhar na biblioteca do escrit�rio de advocacia de Jos� Gerardo Grossi, que j� integrou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Conforme a proposta de emprego aprovada, a jornada ser� das 8h �s 18h, com intervalo de duas horas para almo�o, e o sal�rio, de R$ 2,1 mil. O advogado afirmou ontem que n�o foi informado sobre o dia em que o novo empregado come�ar� a atuar. “Isso depende de tr�mites legais, mas a partir de amanh� (hoje) ele pode come�ar”, destacou. Grossi reafirmou que Dirceu n�o exercer� atividades ligadas � advocacia. “O que far� � organizar a biblioteca e os servi�os administrativos, que s�o muito frequentes em escrit�rios”, explicou o advogado.
Cursos
De acordo com o andamento processual, Dirceu j� tem 29 dias perdoados de pena, devido a cursos por correspond�ncia que fez na Papuda e dias trabalhados l�. Primeiro, o ex-ministro varria um dos p�tios do Centro de Internamento e Reintegra��o (CIR), unidade do complexo penitenci�rio onde ficou detido. Depois, foi transferido para a biblioteca do estabelecimento, onde cuidava da organiza��o dos livros e do controle dos empr�stimos.
Del�bio, Valdemar, Bispo Rodrigues e Jacinto Lamas dever�o retomar as atividades que desempenhavam antes da decis�o de Barbosa revogar o direito ao trabalho externo dos condenados. Del�bio voltar� a dar expediente na Central �nica dos Trabalhadores (CUT) do DF. Valdemar retornar� ao posto de gerente administrativo de um restaurante industrial no N�cleo Bandeirante. Bispo Rodrigues desempenhar� novamente atividades em uma r�dio em Bras�lia ligada � Igreja Universal. Lamas estava trabalhando em uma empresa de engenharia na capital federal.