
O cargo com o maior n�mero de candidatos � o de deputado estadual, que ser� disputado por pouco mais de 65% dos postulantes, ou 16.246 pessoas. O hipot�tico “candidato m�dio” � empres�rio, ocupa��o declarada por 9,3%. Em seguida, aparecem outras profiss�es tradicionais entre os pol�ticos, como a de advogado (5,5% do total), servidor p�blico e professor. Curiosamente, 1.067 pessoas, ou 4,2% do total, disseram ser “deputados”, como se o cargo fosse uma profiss�o. Outros 1.050 candidatos adotaram vereador como profiss�o. A disponibiliza��o dos dados dos 24.917 candidatos na internet foi conclu�da pela Justi�a Eleitoral brasileira na tarde de segunda-feira.
A quantidade de candidatos � a primeira surpresa: o n�mero � ligeiramente maior do que o de 2010, quando 22.538 cidad�os disputaram as elei��es gerais. Nunca antes tanta gente quis conquistar um cargo eletivo, mesmo que eles, os pol�ticos, tenham sa�do com a imagem mais arranhada dos protestos de junho do ano passado.
Outra mudan�a significativa diz respeito aos partidos. Em 2010, o campe�o em n�mero de candidatos foi o Partido Verde, que ent�o abrigava a candidatura � presid�ncia da ex-senadora Marina Silva. Agora, em 2014, os petistas ser�o maioria entre os candidatos aos diversos cargos em disputa. J� o PSB, partido pelo qual Marina concorre � vice-presid�ncia este ano, saltou do quinto para o segundo lugar em n�mero de candidatos.
“Formiguinha”
Entre cientistas pol�ticos, h� diverg�ncias quanto � import�ncia do n�mero de candidatos para o desempenho dos candidatos � Presid�ncia da Rep�blica. Para Ricardo Caldas, a principal influ�ncia � nas elei��es proporcionais (para deputados estaduais e federais), em que o maior n�mero “significa apenas que o partido arregimentou mais candidatos. E n�o necessariamente impacta nas elei��es majorit�rias”. “O maior impacto � nas proporcionais. � a chamada ‘estrat�gia formiguinha’. Quando o partido n�o tem um nome forte, um ‘puxador’, ele investe em v�rias candidaturas que o ajudem a atingir o coeficiente eleitoral, nas elei��es proporcionais, para eleger parlamentares”, diz.
J� para o analista Ant�nio Augusto de Queiroz, mais conhecido como Toninho do Diap, faz sentido que os partidos com candidatos � Presid�ncia tentem garantir apoios locais com os concorrentes proporcionais. “Esses candidatos servem de suporte para os presidenci�veis em seus estados e em suas localidades”, sustenta ele. O grande n�mero de postulantes tamb�m traria outros “efeitos colaterais” importantes para os partidos, segundo Toninho. “A vota��o do partido na disputa pelo Congresso tamb�m impacta a fatia que ele vai receber do fundo partid�rio e no tempo de tev� do hor�rio partid�rio regular. Ent�o, esse � outro fator que faz com que os partidos busquem aumentar a quantidade de candidatos tanto quanto poss�vel”, diz.
O pequeno Psol, com apenas tr�s representantes na C�mara dos Deputados, � o partido com o maior n�mero de candidatos a governador, tendo se apresentado para a disputa em 26 estados e no Distrito Federal. Na corrida pelo Senado, outra pequena legenda de esquerda ter� o maior n�mero de postulantes: o PSTU ter� candidatos em 20 unidades da Federa��o, apesar de n�o ter nenhum representante no parlamento atualmente. O Psol vem logo pouco atr�s, com 19 concorrentes ao Senado. O cientista pol�tico e professor da UnB Ricardo Caldas lembra que a t�tica j� foi vista em outros anos. “� uma estrat�gia voltada para a valoriza��o da imagem do partido.
Entre os partidos com as maiores bancadas no Congresso, o maior n�mero de candidatos a governador pertence ao PMDB, com nomes pr�prios em 18 estados. Em seguida vem o PT, com 17, e o PSDB, com 12.
Candidatos em 2014
Ao todo, 24.917 pol�ticos se inscreveram para concorrer a algum cargo eletivo em outubro. Veja alguns dados sobre esses candidatos:
Cargos – Mais de 65% dos candidatos registrados em 2014 disputar�o um cargo de deputado estadual: s�o 16.246 postulantes para as 1.035 vagas em disputa nas assembleias legislativas de todo o pa�s. Proporcionalmente, por�m, a maior concorr�ncia � para a C�mara Legislativa do DF: s�o cerca de 41,7 candidatos para cada uma das 24 cadeiras.
Partido – Nestas elei��es, o PT ser� o partido com o maior n�mero de candidatos: s�o 1.323 pessoas concorrendo pela sigla, em todos os cargos, representando 5,3% dos postulantes. Em seguida vem o PSB, com 1.264 candidatos (5,07% do total), o Psol, com 1.220 candidaturas (4,9%) e o PMDB, com 1.198 (4,81%).
Ocupa��o – A categoria com o maior n�mero de representantes em 2014 � a dos empres�rios, com 9,3% dos candidatos, ou 2.320 pessoas. Em seguida v�m os advogados, com 5,54% dos postulantes. Curiosamente, o terceiro maior n�mero � o dos que t�m a pol�tica como of�cio: 4,2% informaram exercer a “profiss�o” de deputado.
G�nero – Os homens s�o maioria entre os postulantes. Apenas 29,7% dos candidatos s�o mulheres, em todos os cargos. Os maiores n�meros de mulheres s�o nas candidaturas para deputados federais (30,4%) e deputados estaduais (30%), dentro do estabelecido atualmente pela Lei Eleitoral, que exige pelo menos 30% de mulheres candidatas nos cargos proporcionais. A menor propor��o de mulheres � na disputa para governador: apenas 9,9% s�o do sexo feminino.
Idade – A faixa et�ria mais comum � a de 45 a 49 anos, com 17,06% dos candidatos. Em seguida v�m os postulantes com idade entre 50 e 54 anos, com 16,29%. A m�dia de idade � um pouco maior nos cargos majorit�rios (presidente, senadores e governadores). Entre os senadores, a faixa de idade mais comum � entre 50 e 54 anos.
Fonte: Estat�sticas eleitorais do TSE