Bras�lia - Com um discurso focado em cr�ticas � atua��o do atual governo na �rea econ�mica, o candidato do PSDB � Presid�ncia, A�cio Neves, afirmou nesta quarta-feira, 30, em sabatina realizada na Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), que se eleito ter� implantar� um "novo ciclo" que passa por quest�es voltadas para infraestrutura, taxa de c�mbio, juros e simplifica��o do sistema tribut�rio. "Sou candidato do sentimento profundo de mudan�a que permeia sociedade brasileira... n�o tenho d�vidas dos desafios que temos pela frente. Me preparei e me reuni ao longo dos �ltimos anos com as mais expressivas lideran�as da economia. N�o � normal para um Pa�s com a nossa renda m�dia viver processo de desindustrializa��o", afirmou.
Em seguida avaliou que uma das consequ�ncias das problemas enfrentados hoje na �rea econ�mica � a "falta de credibilidade". "O governo n�o teve oportunidade de mobilizar investimentos necess�rios. Para avan�armos precisar�amos pensar em investimento em infraestrutura da ordem de 4,5% ou 5%. N�o houve preocupa��o de enfrentar um dos fatores mais nocivos � economia: simplifica��o tribut�ria. Viemos ao longo dos �ltimos anos aprendendo a conviver com contabilidade criativa. Isso minou o que � fundamental para crescimento de qualquer Pa�s, a credibilidade. Credibilidade � palavra em falta hoje no Brasil", disse.
Segundo ele, caso seja eleito, a melhoria das condi��es da competitividade da ind�stria ser� "tratada como obsess�o absoluta". O tucano tamb�m ressaltou em v�rios momentos a necessidade de um "choque de infraestrutura" para atra��o de capitais. "Juros mais baixos n�o ser�o realizados por voluntarismo ou discurso na televis�o... o Brasil � ref�m hoje de populismo cambial", disse.
O candidato tamb�m aproveitou o evento para reafirmar que nos primeiros dias do pr�ximo governo ser� enviado ao Congresso projeto de simplifica��o tribut�ria. Antes da apresenta��o do tucano, representantes da CNI apontaram alguns dos principais desafios do setor como a cria��o de a��es voltadas para melhorar a competitividade das empresas, que passariam por melhorias nas condi��es "macro econ�micas e seguran�a jur�dica".
"O desafio central � avan�ar na agenda da competitividade. A ind�stria pode ser sim o grande motor do crescimento", afirmou Pedro Wongtschowski, presidente do Conselho de Administra��o do Grupo Ultra. A mesma abordagem tamb�m foi feita a Eduardo Campos (PSB), o primeiro a participar da sabatina.
De maneira geral, o tucano repetiu as propostas apresentadas por Campos. Mas, no que se diferenciou do socialista, fez um aceno ao defender um c�mbio desvalorizado - mantra que agrada ao setor industrial na disputa por mercados externos. "O Brasil, infelizmente, � ref�m hoje daquilo que podemos chamar de um populismo cambial. O governo federal (...) busca controlar a infla��o com a interven��o permanente no c�mbio em desfavor de quem produz no Brasil", afirmou o candidato do PSDB.
Numa fala que transcorreu no hor�rio do almo�o, o tucano s� foi aplaudido nos 30 minutos de fala uma �nica vez, contra sete vezes de Eduardo Campos. Mimetizando o socialista, o tucano disse que iria encaminhar ao Congresso nos primeiros dias de governo uma proposta para simplificar o sistema tribut�rio, acabando com os impostos indiretos, e caminhar para a ado��o do Imposto sobre Valor Agregado (IVA).
Tamb�m como o antecessor, A�cio defendeu o aumento da produtividade pela via da inova��o. E, ao citar v�rias vezes a petista Dilma Rousseff, atacou a falta de capacidade do governo de motivar. "� muito importante que n�s tenhamos clareza de que este ciclo perdeu a capacidade de gerar expectativas positivas para a economia", disse.
No �nico momento de descontra��o da plateia, que riu, ele disse que n�o precisamos de Santander para afirmar as expectativas para a economia do Pa�s. E destilou dados da Funda��o Getulio Vargas que apontam dificuldades para o setor.
Na tentativa de se diferenciar de Campos e Dilma, o tucano afirmou ser c�tico em rela��o a aqueles que se dizem "monopolistas da verdade, da �tica e da verdadeira mudan�a". "Tenho absoluta convic��o que estamos construindo as bases s�lidas para as mudan�as de que o Brasil precisa", afirmou.
A�cio foi o segundo a participar da sabatina realizada pela Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI) nesta quarta-feira, 30. No in�cio da tarde, est� prevista a participa��o da presidente Dilma Rousseff (PT). (Colaboraram Daiene Cardoso, Ricardo Della Coletta, Nivaldo Souza e Bernardo Caram)