O comit� de campanha da presidente Dilma Rousseff articulou um trio de interlocutores do agroneg�cio para conversar durante a corrida eleitoral com um dos setores mais resistentes � reelei��o da petista. O grupo � formado pelo senador Blairo Maggi (PR-MT), o suplente dele, Cidinho Santos (PR-MT), e ministro da Agricultura, Neri Geller (PMDB-MT). Todos eles s�o produtores de soja no Mato Grosso. "A ideia � fazer uma rodada de "road shows" nas federa��es dos Estados para conversar e discutir os avan�os do governo e ouvir as reivindica��es para colocar no plano de governo", diz Cidinho Santos ao Broadcast.
Geller, Maggi e Santos tamb�m estiveram no comit� com o coordenador da agenda de campanha da petista, Giles Azevedo, para acertar detalhes com um do mais fi�is escudeiros de Dilma. "Falamos com o Giles para fazer um neg�cio de muito efeito."
O efeito ser� apresentar a presidente para os agricultores como a pessoa "que mais fez pela agricultura". Para isso, os temas escolhidos foram a infraestrutura e os aumentos sucessivos de recursos para financiamento agr�cola no Plano Safra.
Na infraestrutura, o trio dilmista vai bater bumbo para alardear as concess�es de terminais portu�rios, vistos como essenciais para o agroneg�cio ganhar mercados internacionais. A concess�o de rodovias � iniciativa privada e investimentos do governo federal em amplia��es de estradas como trechos da BR-163 tamb�m ter�o peso na defesa de Dilma.
A disponibilidade de recursos para a safra tamb�m ser� apresentada como ponto positivo para os produtores rurais apoiarem a reelei��o da presidente. Entre os argumentos, o de que nunca antes o setor experimentou um aumento de dinheiro para financiamento. O plano safra saltou de R$ 56,5 bilh�es, no ciclo produtivo 2004/2005, para R$ 156,1 bilh�es, durante 2014/2015. Os juros subsidiados tamb�m ser�o contabilizados como a��o em defesa do setor. A taxa de juros m�dia de custeio do Plano Safra 2014/2015 � de 6,5% ao ano, o que tem sido defendido por Gelller como uma taxa menor do que a b�sica de juros (Selic), apesar do aumento de um ponto porcentual neste ano (a m�dia dos juros era de 5,5% no plano anterior). "O que temos de fazer � mostrar o que o governo e a presidente fez em termos de juros e de cr�dito para o setor", diz.
Blairo Maggi est�, agora, redesenhando sua agenda para viajar aos Estados para apresentar os n�meros positivos do governo. Ele voltar� a fazer, assim, o que havia feito em 2006, quando liderou um movimento pr�-reelei��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Na �poca, havia resist�ncia ao petista pela proximidade ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Depois da investida individual, Maggi se tornou um dos principais interlocutores do agroneg�cio com o Planalto.
O poder do senador foi confirmado neste ano, quando ele bancou sozinho a indica��o de Geller para a Agricultura, contrariando o PMDB. O fato de o ministro ser produtor de soja tamb�m ser� usado a favor de Dilma, como explica Santos: "A gente nunca teve um ministro." O suplente de senador, contudo, lamenta o fato de Geller s� poder fazer campanha nas horas livres do minist�rio. "Ele tem a dificuldade de s� poder no final de semana, mas tem sido importante", afirma.
Com Ag�ncia Estado