TRE-RJ apura se gr�fica recebia recursos p�blicos

O governo fluminense confirmou nesta segunda-feira que a gr�fica High Level, fechada na �ltima sexta-feira por fiscais do Tribunal Superior Eleitoral do Rio (TRE-RJ), presta servi�os ao Estado como terceirizada. Ela foi contratada por ag�ncias de publicidade que cuidam da imagem do Executivo estadual e produziu materiais de divulga��o, como o da Lei Seca no tr�nsito. A campanha do governador e candidato a reelei��o Luiz Fernando Pez�o (PMDB) recrutou a empresa para imprimir material eleitoral, que foi apreendido. O mesmo aconteceu com outros onze concorrentes �s elei��es de 2014. Oito s�o do PMDB, partido do governo, e dois da coliga��o governista. Um � do PSDB.

O TRE suspeita que a gr�fica adulterasse as quantidades de materiais impressos, produzindo mais do que o declarado, e fosse paga com dinheiro p�blico. H� ainda uma confus�o sobre nomes e endere�os da empresa. Ela se apresenta como High Level, mas a companhia fechada chama-se SL Confec��es. � sediada na Avenida 24 de Maio, 1345, no M�ier, na zona norte, mas no local fica o sal�o de beleza Chaplin. A firma fechada fica perto, no n�mero 1359, onde no papel fica a CSPS Signs Pain�is e Confec��es. Esta pertence a empres�rios que se apresentam como donos da High Level, os irm�os Claudio Luiz e Pedro Luiz Matos Guimar�es. Eles n�o foram localizados hoje pela reportagem.

O tribunal informou que o material apreendido ainda est� sendo examinado. Um relat�rio a respeito ficar� pronto esta semana. Depois, vai encaminh�-lo ao Minist�rio P�blico Eleitoral, para investigar poss�veis viola��es � lei eleitoral, e ao Minist�rio P�blico Estadual, para investigar crimes comuns. "Eu obede�o � lei, contratamos uma gr�fica que estava apta a prestar os servi�os porque tinha as certid�es, principalmente, da Receita Federal", disse Pez�o. "Contratamos uma empresa que presta servi�os para grandes empresas do pa�s, que tem endere�o, � localizada ali, ocupa o segundo, terceiro e quarto andares daquele local." Segundo ele, a gr�fica tinha bom pre�o. "Agora, se o endere�o est� errado, � problema da Receita Federal."

Pez�o afirmou que sua campanha est� � disposi��o para prestar esclarecimentos. "O Estado n�o tem servi�o direto com a gr�fica, quem contrata a gr�fica s�o prestadores de servi�o, temos um contrato e n�o conhe�o de ter recurso p�blico sendo usado para nossa campanha", disse. A assessoria de imprensa de Pez�o informou que, apesar de ser terceirizada, a empresa emite notas para o tomador final do servi�o (no caso, o �rg�o do Estado que contratou) porque assim a lei manda. De acordo com o TRE, a High Level consta como benefici�ria de pelo menos onze boletos de pagamento da Secretaria da Casa Civil.

Outro parlamentar que teve material apreendido na gr�fica, o deputado federal Pedro Paulo (PMDB-RJ), negou ter usado recursos p�blicos para financiar sua campanha pol�tica. "Todos os recursos s�o provenientes de doa��es de empresas privadas e pessoas f�sicas", afirmou, por meio de nota. "As contas ser�o prestadas nos prazos determinados pelo TRE." No mesmo texto, o parlamentar defendeu que as den�ncias sejam devidamente apuradas.