A ex-ministra Marina Silva � considerada a sucessora natural do ex-governador Eduardo Campos para disputar a Presid�ncia da Rep�blica pelo PSB por todos os integrantes do partido e da coliga��o, que conta tamb�m com PPS, PHS, PRP, PPL e PSL.
Embora as principais lideran�as desses partidos estejam ainda muito emocionadas com a morte de Campos, provocada pela queda do jatinho que o transportava do Rio de Janeiro para Santos, na quarta-feira, 13, pela manh�, a impress�o geral � de que Marina, candidata a vice na chapa, n�o conseguir� resistir � press�o para que assuma o posto de presidenci�vel da coliga��o. O PSB tem prazo de dez dias para fazer a substitui��o.
Entre os l�deres existe ainda a avalia��o de que Marina vai se defrontar com uma realidade diferente da que tinha tra�ado para si: enquanto Eduardo Campos lutava para chegar ao segundo turno da elei��o, ela estava mais interessada era na formaliza��o de seu partido, a Rede Sustentabilidade, cujo registro foi negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em outubro do ano passado, por n�o ter conseguido as assinaturas necess�rias para ser legalizado.
Agora, Marina ter� de se preocupar mais com a campanha e menos com a Rede. Especulam-se j� nomes para substituir a ex-ministra no posto de vice. Entre o PSB, a percep��o � a de que ser� preciso ter na chapa um nome "org�nico" do partido, um "pessebista de raiz", de um Estado grande. O deputado J�lio Delgado, presidente do PSB de Minas, nome que era ligado a Eduardo Campos, seria uma op��o cl�ssica. Questionado na quarta-feira sobre o futuro do PSB, por�m, Delgado foi taxativo. "Perdemos o nosso norte. N�o existe conversa de partido ainda. Para o PSB, Eduardo � insubstitu�vel", afirmou o parlamentar.
Fala-se ainda na possibilidade de candidatura a vice da ex-corregedora do Conselho Nacional de Justi�a (CNJ) Eliana Calmon, cujo perfil � marcado pela luta contra a corrup��o, hoje candidata a senadora pela Bahia; no deputado Rom�rio Farias, candidato a senador pelo Rio de Janeiro; no deputado Roberto Freire (SP), presidente do PPS, e no economista Eduardo Gianetti da Fonseca. Este �ltimo seria uma esp�cie de vacina contra as desconfian�as do empresariado em rela��o a Marina, uma repeti��o do que ocorreu em 2010, quando seu vice foi o empres�rio Guilherme Leal.
Um dos principais quadros pol�ticos da Rede Sustentabilidade, grupo pol�tico de Marina Silva dentro do PSB, o ex-deputado Walter Feldman afirma que Marina proibiu seus correligion�rios de falarem sobre a elei��o at� o enterro de Campos. "Ningu�m teve ousadia de perguntar isso a ela", diz.
Choque
Se confirmar a candidatura � Presid�ncia no lugar de Campos, Marina tender� a depurar mais a alian�a que se formou em torno do ex-governador de Pernambuco. � prov�vel, por exemplo, um choque ideol�gico com o presidente do PSB de Santa Catarina, deputado Paulo Bornhausen, agora candidato a senador. Marina posicionou-se contr�ria � abertura do PSB para setores que ela considera � direita. Para o cientista pol�tico Leonardo Barreto, surgiu � frente de Marina Silva "uma janela para o improv�vel".