Denise Rothenburg,
Enviada especial

Recife e Bras�lia – O l�der do PSB na C�mara, Beto Albuquerque (RS), ser� o candidato a vice-presidente da Rep�blica na chapa encabe�ada por Marina Silva, que deve ser oficializada hoje. Depois de mais um dia de longas reuni�es no Recife, a c�pula socialista chegou ao consenso, apesar da resist�ncia de setores do partido, sobretudo os pernambucanos, que desejavam um nome do estado, mais ligado ao legado de Eduardo Campos. A c�pula da Rede j� foi comunicada da decis�o e concordou com a escolha. “Esta � uma decis�o exclusivamente do PSB, e a Rede recebeu a not�cia com alegria”, confirmou Walter Feldmann, porta-voz da agremia��o idealizada por Marina.
A escolha de Beto teve o apoio da vi�va de Eduardo Campos, Renata Campos, em torno de quem as decis�es pol�ticas giraram nos �ltimos dias. A pressa para que o nome fosse escolhido adiou o retorno da c�pula socialista a Bras�lia. Enquanto parte do comando partid�rio acompanhava a missa de s�timo dia em homenagem a Eduardo na Catedral Metropolitana de Bras�lia, o presidente do PSB, Roberto Amaral, e o secret�rio-geral do partido, Carlos Siqueira, permaneceram na capital pernambucana, para fechar um acordo com as lideran�as estaduais e com Renata.
Irrita��o
Beto, que concorria a uma vaga de senador mas aparecia apenas em terceiro lugar nas pesquisas de inten��o de voto, estava no Rio Grande do Sul na segunda-feira. Havia a expectativa de que ele participasse da missa na capital federal na manh� dessa ter�a-feira, mas, por volta das 10h, ele avisou a assessores que estava voando para o Recife. A troca de itiner�rio irritou companheiros de legenda, que reclamaram de ele ter “aberto m�o da presen�a na homenagem a Eduardo para fazer boca de urna em Pernambuco”.
A frase, proferida por um dos expoentes da campanha do PSB, d� o tom da fissura interna que ter� de ser administrada daqui para frente por Marina e Beto. Embora o nome do parlamentar ga�cho j� se apresentasse como favorito desde sexta-feira, antes mesmo de os restos mortais de Eduardo Campos e das demais v�timas serem liberados para o traslado entre S�o Paulo e os estados natais dos mortos, incomodou alguns integrantes do PSB a desenvoltura com que Beto fazia campanha.
Ele, contudo, contava com a simpatia e o apoio do atual comando partid�rio, por ser um nome org�nico do PSB, com um perfil pol�tico e extremamente ligado a Eduardo. Algu�m segundo avalia��o dos caciques socialista, em condi��es de dar continuidade ao legado do presidenci�vel morto. Al�m disso, o comando partid�rio mostra for�a ao ganhar a queda de bra�o com os pernambucanos. A vi�va de Eduardo foi consultada pelo presidente do diret�rio estadual do PSB, Sileno Guedes, e n�o apresentou qualquer obje��o � escolha.
Renata era considerada o divisor de �guas nessa decis�o. Em um primeiro momento, os pernambucanos queriam que ela pr�pria se apresentasse como vice na chapa de Marina. Apesar de um discurso com conte�do extremamente pol�tico, na segunda-feira, durante reuni�o com aliados, ela refutou a possibilidade. Com isso, perdeu for�a a press�o do prefeito do Recife, Geraldo J�lio, que desejava emplacar o nome do ex-secret�rio de Educa��o e de Cidades de Pernambuco Danilo Cabral. (Com Paulo de Tarso Lyra)