Conselho de �tica da C�mara vota pela cassa��o de Andr� Vargas

Bras�lia – Por unanimidade, o Conselho de �tica da C�mara aprovou ontem a recomenda��o para que o mandato do deputado Andr� Vargas (sem partido-PR) seja cassado devido ao seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Pol�cia Federal na Opera��o Lava a Jato, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro suspeito de movimentar cerca de R$ 10 bilh�es. Para ser confirmada, a perda de mandato de Vargas precisar� ainda ser votada pelo plen�rio da Casa, mas parlamentares consideram improv�vel que isso aconte�a antes das elei��es. O ex-petista n�o compareceu � reuni�o.

Para garantir o qu�rum m�nimo para delibera��es, o deputado J�lio Delgado (PSB-MG), que apresentou parecer favor�vel � cassa��o no dia 6, articulou a substitui��o de alguns deputados ausentes por outros que estavam em Bras�lia. O deputado Rubens Bueno (PPS-PR) foi indicado em uma vaga do PSD que n�o estava preenchida e o DEM cedeu a vaga do deputado Mandetta (MS) ao deputado Pastor Eurico (PSB-PE). Assim, o colegiado conseguiu reunir 12 deputados, sendo que 11 deles votaram, garantindo o n�mero m�nimo de votos necess�rios de acordo com as regras da C�mara. De acordo com o regimento, o presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), s� votaria em caso de empate.

Diante da manobra, Vargas divulgou uma nota na qual diz que o processo no colegiado foi conduzido com “a�odamento e politiza��o excessiva”. “Todo o processo foi conduzido sem qu�rum e de forma autorit�ria, sem permitir o livre exerc�cio da minha defesa”, afirma o deputado. O advogado de Vargas, Michel Saliba, pediu a impugna��o dos votos dos substitutos. De acordo com ele, os dois parlamentares n�o participaram do processo de investiga��o e por isso seus votos n�o poderiam ser considerados. “Isso vai contra o ju�zo natural. No in�cio da reuni�o, a composi��o do conselho era uma e agora, na hora da vota��o, � outra, o que nos surpreende”, disse Saliba, antes da vota��o. Ele anunciou que recorrer� � Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ).

Caso a CCJ decida que n�o houve irregularidades no processo, ela encaminhar� o parecer de Delgado para a presid�ncia da Casa. Caber� o presidente, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), decidir a data em que colocar� o caso em vota��o no plen�rio da Casa. N�o h� prazo para isso acontecer. Se os deputados n�o votarem a quest�o no plen�rio at� o fim do ano, Vargas encerra seu mandato normalmente e mant�m seus direitos pol�ticos. Ele n�o concorre a nenhum cargo eletivo neste ano porque se desfiliou do PT em abril.

CARONA A liga��o de Vargas com Youssef veio a p�blico quando foi revelado, no in�cio do ano, que ele pegou carona em um jatinho do doleiro. Ele � apontado, ainda, nas investiga��es como o respons�vel por indicar um ex-assessor do Minist�rio da Sa�de para trabalhar no Labogen, laborat�rio que, de acordo com a PF, centralizava o esquema de lavagem de dinheiro comandado por Youssef. O laborat�rio havia fechado uma parceria com a pasta para o fornecimento de rem�dios, opera��o desfeita ap�s a investiga��o da PF. Vargas nega ter intermediado essa indica��o.