(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Rigidez pol�tica faz mercado adotar cautela com Marina


postado em 24/08/2014 12:13 / atualizado em 24/08/2014 12:48

Consolidada a candidatura de Marina Silva pelo PSB no lugar de Eduardo Campos, morto em acidente a�reo na �ltima quarta-feira, o namoro inicial do mercado financeiro com a candidata deu lugar a um tom de cautela. Apesar de os acenos tanto do principal assessor econ�mico dela, Eduardo Giannetti, como da pr�pria candidata terem sido bem recebidos pelo mercado, economistas ponderam que a rigidez pol�tica demonstrada por Marina pode se sobrepor a uma pol�tica econ�mica "market friendly" e se mostrar um problema na hora de governar. Analistas avaliam agora que � preciso esperar para ver qual dos dois aspectos prevalecer� durante a campanha para tomar um posicionamento mais claro em rela��o � candidatura dela.

O economista-chefe de um banco brasileiro que pediu para n�o ser identificado afirma que, em 24 horas, Marina Silva mostrou o melhor e o pior da sua candidatura. O melhor, de acordo com ele, � o programa econ�mico apresentado por ela at� agora, que deve agradar ao mercado, sobretudo os aspectos como a defesa do trip� macroecon�mico (defendido por ela durante lan�amento oficial da candidatura em Bras�lia) e a autonomia do Banco Central, seja ela formal ou n�o. "Em termos econ�micos, a possibilidade de ela ser eleita n�o causaria estresse ao mercado", diz.

A avalia��o � a mesma do Eurasia Group, importante consultoria pol�tica de Washington, expressa em relat�rio assinado pelo chefe de Pesquisas para Am�rica Latina, Christopher Garman.

Ele afirma ser prov�vel que Marina monte uma equipe econ�mica "market friendly" e que revele sinais construtivos durante a campanha sobre a necessidade de promover uma gest�o fiscal respons�vel, de controlar a infla��o e conceder autonomia ao Banco Central. No relat�rio, Garman destaca ainda os posicionamentos de Giannetti, "mais influente assessor econ�mico de Marina Silva", que n�o s� defendeu uma gest�o mais respons�vel das contas fiscais como minimizou poss�veis diferen�as entre PSB e PSDB. Na semana passada, durante palestra em Curitiba, ele disse ver "uma forte converg�ncia" entre os dois partidos "para adotar as pol�ticas econ�micas necess�rias", caso derrotem Dilma Rousseff nas elei��es deste ano.

A consultoria americana ressalta que, mesmo Giannetti n�o se tornando ministro da Fazenda de Marina, ele ser� muito influente na escolha que ela far�. "� prov�vel que sua equipe econ�mica venha de um grupo de economistas bem respeitados e favor�vel ao mercado", afirma Garman no relat�rio. Dessa forma, ele v� Marina como mais parecida com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, ao delegar responsabilidades aos poderosos ministros de sua equipe, do que com o estilo centralizador de Dilma, que restringe as decis�es a um c�rculo �ntimo de assessores. O Eur�sia Group pondera, contudo, que Marina demonstra alguns limites na condu��o de uma gest�o econ�mica construtiva.

Garman afirma que a consultoria est� "c�tica" sobre a disposi��o de Marina de implantar uma pol�tica fiscal muito apertada e tomar decis�es politicamente dif�ceis para alcan�ar o super�vit prim�rio. "Como resultado, a administra��o dela � suscet�vel de conduzir a um ajuste fiscal e de relaxar os pre�os represados em setores como a gasolina e energia de forma gradual", afirma, ponderando que n�o espera um forte ajuste fiscal nem se o candidato do PSDB � Presid�ncia, A�cio Neves, for eleito. "Mas o ponto que chama aten��o � que essa toler�ncia de Marina para decis�es fiscais dolorosas provavelmente n�o � muito alta", pondera.

A consultoria faz ressalva ainda em rela��o ao "perfil verde" de Marina, que gerou significativa animosidade com o agroneg�cio no passado e preocupa atualmente grupos da ind�stria em rela��o � possibilidade de a obten��o de licenciamentos ambientais se tornar mais r�gida para projetos de infraestrutura. Apesar disso, o Eusaria Group ressalta que a indica��o do deputado federal Beto Albuquerque como candidato a vice � um "bom sinal". "Ele tem la�os com o agroneg�cios, e seus conselheiros s�o claramente a favor de aberturas do governo ao setor privado, para impulsionar os investimentos".

Terceira via

Tanto o economista-chefe ouvido pelo Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado, quanto o Eurasia Group avaliam que o principal ponto ruim de Marina, no entanto, � a rigidez pol�tica. Para eles, apesar de ser ben�fica para a candidata eleitoralmente, ao ajud�-la a se viabilizar como uma terceira op��o � polariza��o entre PT e PSB, isso poder� prejudicar a candidata durante seu governo. "Vivemos em um regime presidencialista, mas a Constitui��o de 1988 foi feita pensando em um regime parlamentarista. Ou seja, apesar de ter a caneta, o presidente precisa fazer maioria no Congresso para se sustentar. (...) Esse pouco jogo de cintura dela, de ser muito r�gida nos conceitos, sem espa�o para discuss�o, pode complicar o governo dela", diz o economista.

Na avalia��o da consultoria, essa caracter�stica de Marina faz com que um eventual governo dela seja "menos previs�vel" do que uma administra��o petista ou tucana. "Ela tem uma forte convic��o sobre a necessidade de renovar a pol�tica e estabelecer governan�a em novos territ�rios. Na pr�tica, isso significa que ela se op�e a se engajar nos meios tradicionais de conseguir maioria no Congresso, por meio da distribui��o de minist�rios a partidos", afirma, lembrando que a candidata j� declarou publicamente que n�o faria alian�a formal com o PMDB, maior partido do Brasil. Nesse aspecto, Garman ressalta ainda que o discurso de campanha dela de que o estilo de governar de PT e PSDB est� passado tamb�m sugere uma improv�vel alian�a formal com tucanos.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)