Em outubro, um grupo de brasileiros participar� da decis�o sobre quem governar� o pa�s mesmo vivendo a milhares de quil�metros de dist�ncia. Os residentes no exterior aptos a votar acompanham a realidade nacional por meio da televis�o, de jornais, informa��es de amigos e parentes, e, mais recentemente, com a ajuda da internet e das redes sociais. Especialistas ouvidos pela Ag�ncia Brasil destacam que a rede mundial de computadores aproximou o pa�s dos brasileiros que moram fora. Ressaltam, ainda, que o pa�s est� em um per�odo de muita evid�ncia no exterior.
A cientista pol�tica Raquel Boing Marinucci, da Faculdade de Direito e Rela��es Internacionais do Centro Universit�rio de Bras�lia, faz an�lise semelhante. “As manifesta��es ganharam proje��o internacional e obrigaram os brasileiros no exterior a se posicionar com rela��o � tem�tica. Mas n�o somente as manifesta��es. Mesmo que s� tiv�ssemos tido a Copa, sem os protestos, j� seria suficiente para colocar o pa�s em evid�ncia, contribuindo para o agendamento e a visibilidade dos brasileiros nas comunidades onde residem”, acredita.
Informa��es divulgadas no final de julho pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam alta do n�mero de brasileiros residentes no exterior aptos a votar nesse pleito, na compara��o com as �ltimas elei��es federais, em 2010. A quantidade saltou de 200,3 mil para 354,1 mil, um crescimento de 76,7%. O presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, atribuiu a eleva��o no n�mero de votantes � maior divulga��o do voto no exterior e � abertura de consulados. O dado mais recente do Minist�rio das Rela��es Exteriores com rela��o ao total de brasileiros vivendo em comunidades fora do pa�s � de 2012. Naquele ano, mais de 2,5 milh�es de cidad�os moravam em territ�rio estrangeiro.
A advogada Thays Couto, 42 anos, � uma das brasileiras que escolher� a dist�ncia seu representante nessas elei��es. Atualmente vivendo em Miami, Estados Unidos, ela � uma veterana no voto no exterior. “Nasci em S�o Paulo e emigrei com minha fam�lia aos 9 meses para Birmingham, Inglaterra. Voltei ao Brasil por seis anos e estudei em Bras�lia. Aos 12, me mudei para a Inglaterra de novo. Meu primeiro t�tulo de eleitor foi de Londres. Votei pela primeira vez ao lado do meu pai. Em 2010, morei no M�xico por tr�s anos. Meu t�tulo � de l�. Vou viajar tr�s horas para exercer minha cidadania”, conta.
Na opini�o de Thays, hoje existem mais elementos para ajudar na hora da escolha do voto do que no passado. “Ficou bem mais acess�vel para quem mora no exterior, pois, com a internet, o contato com o Brasil � completo. Muito diferente de 1989, quando votei para presidente pela primeira vez. A �nica informa��o que eu tinha era por meio do meu pai”, lembra. A brasileira diz que, al�m de usar a internet, se atualiza sobre o que acontece no pa�s por meio de jornais e amigos. Ela considera “de suma import�ncia” exercer o direito do voto.
O publicit�rio Jo�o Toribio, 34 anos, mora h� dois na Su��a e tamb�m votar� nessas elei��es. Ele diz que acompanha diariamente blogs e portais de not�cias para se informar sobre o que acontece no Brasil. “A import�ncia [de votar] � justamente poder usufruir de um direito para poder esperar, exigir ou reclamar depois. Quem abre m�o de votar, automaticamente abre m�o de exigir as a��es dos pol�ticos eleitos, independentemente de morar em outro pa�s”, opina.
O alistamento eleitoral e o voto s�o obrigat�rios para todos os brasileiros, inclusive residentes no exterior. O voto s� � facultativo para jovens maiores de 16 e menores de 18 anos, analfabetos e idosos com mais de 70 anos. Para os brasileiros que moram fora, a obrigatoriedade ocorre apenas nas elei��es para presidente da Rep�blica. Caso esteja ausente do local de vota��o ou impedido de comparecer, o cidad�o deve justificar sua falta por requerimento ao juiz da Zona Eleitoral no Exterior, que pode ser entregue �s representa��es diplom�ticas brasileiras ou enviado pelos Correios. Os moradores do exterior que mantiveram seu domic�lio eleitoral no Brasil tamb�m devem justificar suas aus�ncias �s urnas.