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Estado de Minas

Maratona de entrevistas faz presidenci�veis recorrerem a frases prontas

Os candidatos � Presid�ncia da Rep�blica misturam promessas pontuais para p�blicos espec�ficos com um card�pio fixo de clich�s


postado em 01/09/2014 09:37 / atualizado em 01/09/2014 10:08

S�o Paulo - Para garantir um bom desempenho na maratona de entrevistas, discursos e grava��es para o programa eleitoral no r�dio e na TV, os candidatos � Presid�ncia da Rep�blica misturam promessas pontuais para p�blicos espec�ficos com um card�pio fixo de clich�s.

Em quase todas as interven��es de Dilma Rousseff, Marina Silva e A�cio Neves � poss�vel identificar um conjunto de express�es e frases que formam a base de suas campanhas e ajudam a construir a imagem que cada candidato quer passar.

Com um vocabul�rio pr�prio, j� conhecido pela alcunha de "marin�s", a candidata do PSB costuma usar em seus discursos express�es inusitadas e frases rebuscadas. Desde a morte de Eduardo Campos, Marina come�a todo discurso cumprimentando seus companheiros de "luta, de luto e de paz".

Program�tica


Ao se filiar ao PSB e declarar apoio a Campos, em outubro do ano passado, Marina n�o fez uma simples alian�a, mas sim uma "alian�a program�tica", em que um dos eixos centrais seria "democratizar a democracia". A express�o aparece, inclusive, no programa apresentado na sexta-feira, 29, pela candidata.

Cr�tica da "velha pol�tica", ela costuma usar uma sequ�ncia de express�es para dizer o que deseja para o Brasil. Por exemplo, ela diz esperar construir um Pa�s "socialmente justo, ambientalmente sustent�vel, economicamente pr�spero". �s vezes usa vari�veis como "culturalmente diverso" ou "politicamente democr�tico".

Marina tamb�m costuma repetir que quem vai ganhar essas elei��es n�o s�o "as velhas estruturas", mas sim uma "nova postura" do cidad�o brasileiro junto ao povo. Marina tamb�m adotou como sua a frase dita por Campos no Jornal Nacional, um dia antes de morrer: "N�o vamos desistir do Brasil".

Legado


J� Dilma Rousseff invariavelmente fala dos "12 anos do meu governo e do governo do presidente Lula". Quando surge o tema da estagna��o econ�mica, ela saca do repert�rio a mesma frase: "O Brasil enfrentou/enfrenta a mais grave crise econ�mica internacional...". Se o interlocutor insiste no tema, a presidente saca um segundo recurso: reclamar dos "pessimistas" ou do "pessimismo".

Entre os v�cios de linguagem, Dilma costuma fazer perguntas para si nas falas e, quando se confunde, faz uma breve pausa.

Quando precisa subir o tom contra os advers�rios, entra a indefect�vel frase que a acompanha desde 2010: "N�s soubemos fazer o que eles n�o souberam". Ou uma varia��o dela: "Eles (os tucanos) quebraram tr�s vezes o Pa�s", afirma, referindo-se a idas do Brasil ao Fundo Monet�rio Internacional (FMI) durante a gest�o Fernando Henrique Cardoso. "Levaram o Brasil ao desemprego e ao arrocho salarial", acrescenta.

Dos tr�s principais candidatos ao Planalto, A�cio Neves n�o fica atr�s no abuso de bord�es pr�-fabricados. Seu favorito � usado praticamente em todas as suas falas desde o come�o da pr�-campanha, ainda no in�cio do ano: "O Brasil � um cemit�rio de obras inacabadas".

Mais pessoas

Com pronunciamentos divididos por temas, A�cio nunca deixa de usar uma s�rie de frases elaboradas sob medida para cada um dos eixos de sua campanha. Se o assunto � a m�quina p�blica, certamente ele dir� que vai fazer uma administra��o "que gasta menos com o governo para gastar mais com as pessoas". Quando o PT entra na mira, ele diz que o "ciclo do PT/governo federal terminou/fracassou" e emenda: "� preciso criar um novo ciclo, de retomada do crescimento".

Repeti��o

Para Vera Chaia, cientista pol�tica e coordenadora do N�cleo de Estudos de Arte, M�dia e Pol�tica da PUC de S�o Paulo, a reitera��o de frases e express�es ajudam o candidato a ligar a imagem que deseja passar ao eleitor a uma mensagem de f�cil compreens�o. "Isso marca. A repeti��o � fundamental em uma propaganda, seja de um produto ou de um candidato", afirma. "Quando a Marina fala em 'nova pol�tica' � um est�mulo para o eleitor come�ar a se perguntar o que � isso."

Mas a professora observa a necessidade de o candidato ter clara a explica��o dos termos. "Dilma e A�cio j� est�o questionando. � governar sem coliga��es fortes? � manter a pureza na maneira de agir? Ela (Marina) tem de responder, se n�o ficam essas indaga��es e cada um pode interpretar da maneira que quiser."

Para a professora, � v�lido renovar o repert�rio de frases feitas durante a campanha, mas a repeti��o n�o corre o risco de cansar o eleitor. "� importante dosar, mas a repeti��o � fundamental. Basta lembrar como alguns jingles pegaram para a vida inteira", diz em refer�ncia, por exemplo, ao "varre, varre, vassourinha", de J�nio Quadros, em 1960, e o "ey, ey, Eymael", do eterno candidato � Presid�ncia Jos� Eymael (PSDC). 


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