Vivendo seu momento mais delicado desde o in�cio da corrida presidencial, o tucano A�cio Neves deve se esfor�ar neste momento para "animar a tropa". A avalia��o � do prefeito de Salvador, Ant�nio Carlos Magalh�es Neto (DEM), aliado e um dos principais fiadores da candidatura de A�cio na regi�o Nordeste. "O mais importante agora � animar a tropa, n�o deixar as pessoas, os candidatos Brasil afora se desanimarem. Ele, como principal l�der do processo, vem trabalhando muito nessa dire��o", afirmou o democrata ao Broadcast Pol�tico, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado. "A pior coisa � quando o candidato baixa a cabe�a, esmorece ou d� sinais trocados", diz, revelando que tem conversas constantes com o aliado, que "vem dando sinais internos de confian�a".
Segundo o prefeito de Salvador, Agripino Maia foi mal interpretado e ligou para A�cio para explicar o caso. Ao ser questionado, momentos antes do debate no SBT, sobre a declara��o do coordenador de campanha, A�cio disse que desconhecia a fala. "O que a gente menos precisa agora � de uma crise interna na campanha. Se existe uma pessoa que est� empenhada por A�cio chama-se Jos� Agripino Maia", garantiu ACM Neto.
Para o prefeito, o momento dif�cil de A�cio Neves j� era previsto. Ele acredita, no entanto, que, passado o momento mais cr�tico da campanha, o mineiro pode se recolocar na disputa pelo segundo turno. "No dia do enterro de Eduardo, tive uma conversa particular com A�cio e lhe disse: se prepare que voc� vai ver as duas semanas mais dif�ceis da sua trajet�ria. Por outro lado, acho que passado este momento mais dif�cil, � poss�vel retomar o crescimento. Ele � um bom produto, tem consist�ncia, conte�do, aliados fortes nos Estados."
Revers�o
Na tentativa de reverter o que chamou de "fen�meno Marina Silva", ACM acha que A�cio deve explorar sua maior base partid�ria e os apoios em palanques estaduais. O democrata citou S�o Paulo, Minas Gerais e Bahia como locais onde o tucano deveria focar sua campanha nas pr�ximas semanas. "Ele deve focar agenda dele em locais onde tem palanque mais forte, candidatos a governador ou a senador bem posicionados. Para tentar associar o nome dele a um desses candidatos". Em S�o Paulo e na Bahia, Estados citados por ACM, os candidatos que apoiam A�cio - Geraldo Alckmin (PSDB) e Paulo Souto (DEM) - lideram com folga a disputa pelos governos estaduais. Os n�meros n�o se traduzem, por�m, em votos para o tucano, que aparece em segundo em S�o Paulo e em terceiro lugar na Bahia, com apenas 10% das inten��es de voto, segundo as �ltimas pesquisas de inten��o de voto.
Em Minas, base eleitoral de A�cio, a situa��o � diferente. O tucano aparece na frente, tecnicamente empatado com Dilma Rousseff, mas v� amea�ada a hegemonia de 12 anos do PSDB no Estado. "Ele precisa olhar muito por Minas, precisa construir uma vit�ria dele e do candidato dele em Minas Gerais", avalia. A necessidade de uma vit�ria em Minas seria um dos motivos que para que A�cio pensasse em desistir da candidatura presidencial para concorrer em seu Estado ainda em 2014. A possibilidade, veiculada ontem pelo jornal Valor Econ�mico, foi chamada de "absurda" por ACM. "Uma hip�tese como essa jamais seria cogitada, s� quem n�o conhece A�cio � que pode falar isso (...) Isso n�o merece nem um segundo de aten��o", afirmou.
Ataques
Questionado se o mineiro vem sendo muito brando nos ataques a Marina Silva, focando nas cr�ticas ao governo, ACM Neto falou em coer�ncia. Para ele, o fato de o tucano continuar tendo Dilma como principal alvo mesmo depois de ser ultrapassado por Marina n�o � um sinal de que desistiu de chegar ao segundo turno. "N�o � porque houve esse fen�meno Marina que ele vai deixar de ter coer�ncia. A posi��o de coer�ncia dele � ser a grande voz de oposi��o nesta elei��o. Quem fez oposi��o nos �ltimos 12 anos neste Pa�s fomos n�s, foi A�cio Neves, ele n�o pode perder esse foco de maneira alguma", defendeu.
Apesar da dist�ncia que separa A�cio Neves das duas candidatas mais bem colocadas, 19 pontos porcentuais no �ltimo Datafolha, ACM resiste em dizer que a elei��o esteja perdida. "As pessoas est�o querendo criar um quadro por conta das �ltimas pesquisas desconsiderando que os pr�ximos 30 dias s�o decisivos. As pessoas est�o come�ando a despertar para a elei��o agora. Esses pr�ximos 30 dias s�o mais importantes do que os �ltimos 4 anos", conclui.