S�o Paulo – Candidata do PSB ao Pal�cio do Planalto, Marina Silva rebateu o tom mais agressivo adotado pelo PT contra sua candidatura e disse que a presidente Dilma Rousseff “est� tentando ressuscitar o medo” durante a campanha eleitoral. “A pior forma de fazer pol�tica � pelo medo”, declarou Marina nessa quarta-feira. “Acredito profundamente que a esperan�a venceu o medo. A sociedade brasileira, quando faziam terrorismo contra o (ex-presidente) Lula, repetia essa frase (em 2002). Infelizmente, quem est� querendo ressuscitar o medo � a presidente Dilma. A pior forma de fazer pol�tica � pelo medo. Prefiro fazer pol�tica pela esperan�a e pela confian�a”, afirmou a socialista.
Marina foi orientada pelo comando de sua campanha a n�o deixar os ataques de Dilma sem resposta e a intercalar as cr�ticas que faz ao atual governo federal com os compromissos de seu programa. Com seu discurso de nova pol�tica e a promessa de enviar uma emenda constitucional ao Congresso Nacional para estabelecer o fim da reelei��o e o mandato de cinco anos para o presidente da Rep�blica, a candidata do PSB repetiu propostas como o passe livre para estudantes em todo o Brasil, o repasse de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educa��o e de 10% da receita bruta da Uni�o para a Sa�de. Juntas, as medidas teriam um custo adicional de R$ 120 bilh�es para a m�quina p�blica.
Em sabatina do portal G1 realizada ontem, entretanto, Marina foi evasiva ao explicar de onde sair� esse dinheiro recorreu, como costuma fazer, ao que chama de “transpar�ncia” e “efici�ncia dos gastos p�blicos” para garantir os recursos de cada setor. “Existem muitos projetos que s�o verdadeiras m�quinas de destrui��o de recursos do contribuinte. Voc� tem que corrigir os erros”, afirmou. Questionada sobre qual projeto poderia ser revisto, Marina citou a transposi��o do Rio S�o Francisco, mas tamb�m n�o deixou claro o que faria diante da obra. “O pa�s vai voltar a crescer e vamos ter os recursos para investir em sa�de e educa��o”, concluiu.
Marina se recusou a dizer se aceitaria o apoio do PSDB em um eventual segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff (PT) e disse que, em 2010. O coordenador-geral da campanha de A�cio Neves (PSDB), Jos� Agripino Maia (DEM), disse esta semana que estava disposto a compor com Marina em um eventual segundo turno, o que irritou os tucanos.
No �ltimo bloco da sabatina, Marina precisou responder com “sim” ou “n�o”, “a favor” ou “contra”, para perguntas r�pidas do jornalista. Teve dificuldade de ser objetiva. Afirmou ser a favor “dentro do respeito � lei e do bem-estar das crian�as” da ado��o por casais homossexuais; contr�ria � eutan�sia, � diminui��o da maioridade penal e � revis�o da Lei da Anistia; e favor�vel ao voto obrigat�rio. Disse que a taxa��o de grandes fortunas e o fim do servi�o militar obrigat�rio devem ser debatidos e que a lei que existe hoje sobre o aborto � “suficiente”.
PL�GIO Ainda nessa quarta-feira, ap�s participar de evento na Faculdade de Medicina da Universidade de S�o Paulo (USP), Marina chamou de “privatiza��o” a rea��o do PSDB ao seu programa de governo – que a acusou de pl�gio na parte que trata de direitos humanos. “A defesa dos direitos humanos n�o deve ser privatizada por nenhum partido”, disse a candidata. Na ter�a-feira, em coletiva, o candidato do PSDB, A�cio Neves, chamou a candidatura de Marina de “metamorfose ambulante” e acusou o programa de governo dela de plagiar o texto do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) de 2002, do governo de Fernando Henrique Cardoso.
Diferen�a em d�vida
O jornal ingl�s Financial Times publicou um texto ontem em que qualifica a candidata � Presid�ncia da Rep�blica Marina Silva (PSB) como uma desconhecida, por�m, n�o necessariamente diferente, como ela vem se intitulando em sua campanha. A an�lise foi divulgada na renomada coluna “Lex”, que costuma cobrir, com an�lises e opini�es, assuntos econ�micos e financeiros do mundo. A nota, com o t�tulo “Brasil”, destaca que a Bolsa de S�o Paulo subiu 17% desde a entrada da ex-ministra do Meio Ambiente na corrida eleitoral, mas diz que “apesar da manifesta��o e da promessa de Marina Silva de menor interfer�ncia do Estado”, o valor de mercado das principais estatais brasileiras continua “med�ocre. J� a candidata do PT, a presidente Dilma Rousseff, � descrita como ruim para o setor energ�tico. O motivo seria o controle de pre�os ditado pelo governo federal, introduzido para limitar a infla��o.