
O vazamento 'parcial' dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa � Pol�cia Federal e ao Minist�rio P�blico, segundo os quais os desvios de recursos na estatal irrigaram o caixa dos partidos da base aliada, s�o "um pouco de desespero para mudar o rumo da campanha", disse neste domingo, 7, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presid�ncia da Rep�blica, Gilberto Carvalho, ap�s o encerramento do desfile de Sete de Setembro, Dia da Independ�ncia.
"Vazamento sempre � conden�vel porque pode ter sido feito por advogado de r�u para proteg�-lo", disse. Ele acrescentou que, por enquanto, as informa��es s�o prec�rias e frisou que o governo n�o pode agir em cima de "boataria" e "den�ncia que no momento � sem comprova��o, sem fundamento". "Ningu�m tem de ficar muito preocupado enquanto n�o tiver acesso ao inteiro teor dessa dita den�ncia", minimizou.
Segundo a revista Veja desta semana, o ex-diretor da Petrobras teria mencionado v�rios nomes de supostos benefici�rios do esquema. � o caso dos governadores do Maranh�o, Roseana Sarney, e do Rio de Janeiro, S�rgio Cabral, al�m do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morto em acidente a�reo no �ltimo dia 13. "Um est� morto e n�o pode nem se defender", disse Carvalho.
Questionado sobre o fato de a den�ncia atingir em cheio a base aliada do governo no Congresso, o ministro reagiu: "Meu irm�o, eu n�o aceito e n�o posso tomar como den�ncia contra a base aliada uma boataria de um vazamento de um procedimento que eu n�o sei qual �". O papel desses partidos, acrescentou, � estar "perfilado em apoio aos projetos que est�o mudando o Pa�s". A campanha, avaliou, n�o ser� afetada.
Carvalho acrescentou ainda que "sem a reforma pol�tica e sem acabar com o financiamento empresarial de campanha, n�o temos como acabar com a corrup��o". Segundo ele, "isso (corrup��o) � com todos os partidos. Infelizmente, n�o h� nenhuma exce��o". A partir de amanh�, o ministro entrar� em f�rias para auxiliar na interlocu��o com os movimentos sociais.
O ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, evitou fazer coment�rios sobre o caso, alegando que o inqu�rito corre em sigilo. "N�o se pode fazer nenhuma valora��o a respeito", disse. Mas ele ressaltou que "� muito importante que se fa�a a investiga��o e se esclare�a". E desconversou ao ser perguntado se haveria agilidade na investiga��o. "A Pol�cia Federal e o Minist�rio P�blico est�o fazendo as apura��es dentro daquilo que a lei determina."
A�cio cobra rea��o
O candidato do PSDB � Presid�ncia da Rep�blica, A�cio Neves, defendeu que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa volte a depor na CPI que investiga irregularidades na estatal e cobrou manifesta��o mais contundente da presidente Dilma Rousseff. "N�o d� para dizer que n�o sabia", afirmou o tucano, referindo-se a den�ncias feitas por Costa da exist�ncia de um esquema de corrup��o na Petrobras que envolvia governadores e parlamentares de partidos da base governista.
"A marca mais perversa do governo do PT � o aparelhamento do Estado. Eles querem se perpetuar no poder", disse A�cio, que voltou a chamar o epis�dio de "mensal�o 2". O candidato visitou uma igreja evang�lica, Minist�rio Flor de Lis, em S�o Gon�alo, na regi�o metropolitana do Rio, e se comprometeu com os fi�is a manter as posi��es contr�rias � legaliza��o do aborto e a descriminaliza��o das drogas. O tucano se disse confiante de chegar ao segundo turno e vencer a disputa presidencial e lembrou o passado de Marina como militante do PT. O candidato criticou ainda o "sil�ncio" de Dilma e Marina, ministras do governo Lula, diante do esc�ndalo do mensal�o, que veio a p�blico em 2005.
Dilma: acusa��o n�o lan�a suspeita sobre governo
Em meio � repercuss�o das revela��es feitas pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, a presidente Dilma Rousseff disse neste domingo que a lista de nomes apresentada "n�o lan�a suspeita nenhuma sobre o governo, na medida em que ningu�m do governo foi oficialmente acusado". Dilma indicou, por�m, que poder� tomar medidas "mais fortes" imediatamente, caso as den�ncias sejam comprovadas.
No depoimento de dela��o premiada, Paulo Roberto Costa citou o ministro das Minas e Energia, Edison Lob�o; os presidentes da C�mara, Henrique Eduardo Alves, e do Senado, Renan Calheiros - todos do PMDB -, al�m do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em acidente a�reo no �ltimo dia 13.
"Meu querido, eu acho que (o nome de Lob�o aparecer no depoimento de Paulo Roberto Costa) n�o lan�a suspeita nenhuma sobre o governo, na medida em que ningu�m do governo foi oficialmente acusado", comentou Dilma em coletiva de imprensa concedida no Pal�cio da Alvorada neste domingo.
Questionada sobre a perman�ncia de Lob�o no governo, ap�s a revela��o da revista Veja, Dilma disse que n�o pode tomar "nenhuma provid�ncia" enquanto n�o tiver "todos os dados oficialmente entregues". "N�o acredito que os dados que a imprensa tem fornecido s�o oficiais. Ao ter os dados, tomarei todas as provid�ncias cab�veis, todas as medidas inclusive se tiver de tomar medidas mais fortes", ressaltou.
Dilma disse ainda que n�o conversou com o ministro Lob�o nos �ltimos dias. "Nem ele sabe do que � acusado, porque n�o est� na mat�ria (da revista Veja). Ningu�m sabe. N�o pode ser assim o Brasil", observou. "E quero dizer mais: o governo tem tido em rela��o a essa quest�o (investiga��o da Petrobras) uma posi��o extremamente clara. Ali�s, foram �rg�os do governo que levaram a essa investiga��o. Foi a Pol�cia Federal, n�o caiu do c�u. O governo est� investigando essa quest�o."
Ex-ministra da Casa Civil e tamb�m de Minas e Energia, Dilma presidiu o Conselho de Administra��o da Petrobras na �poca da compra da refinaria de Pasadena (EUA). � PF, Costa disse que houve pagamento de propina nesse neg�cio, que causou preju�zo de US$ 792 milh�es � empresa, de acordo com o Tribunal de Contas da Uni�o. Em mar�o, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que Dilma votou a favor da compra da refinaria, quando comandava o conselho da estatal. Questionada, ela disse que s� aprovou a transa��o porque recebeu relat�rio "falho" sobre o assunto. Depois de vir � tona, o neg�cio passou a ser investigado por duas CPIs no Congresso.
Marina: vamos reagir com tranquilidade
A candidata do PSB � Presid�ncia da Rep�blica, Marina Silva, disse que vai reagir �s den�ncias, como a cita��o do nome de Eduardo Campos em desvios de recursos da Petrobras, conversando com as pessoas. "Vamos reagir conversando com as pessoas e fazendo tudo at� com muita tranquilidade, porque n�s somos democratas e acreditamos na democracia", disse ela ap�s caminhada no Parque da Independ�ncia, em S�o Paulo.
A candidata do PSB afirmou ainda, em resposta a uma eleitora e militante de outro partido, que est� sendo muito agredida pela candidata do PT, Dilma Rousseff, e pelo PSDB, ao ser questionada sobre a cita��o do nome de Eduardo Campos, ex-cabe�a de chapa do PSB, nos desvios de recursos da Petrobras. Beto Albuquerque, vice de Marina, acrescentou que durante o evento de hoje ficou claro que a popula��o n�o est� "nem um pouco feliz com os ataques da Dilma, ao contr�rio". "Em honra ao nome de Eduardo Campos vamos aguardar investiga��es", refor�ou Albuquerque, em resposta � eleitora.
Marina disse ainda que n�o � cria de Lula, pois estudou e trabalhou. "Cada pessoa tem sua biografia. N�o foi Lula quem me fez. Eu quem me fiz. Lula se fez por ele mesmo, assim como A�cio", acrescentou ela. Questionada pela eleitora sobre como ia governar, caso eleita, sem ajuda de corruptos, Marina disse que quer governar com a ajuda dos honestos e que "o PT e o PSDB que se conformaram". Durante caminhada, ela prometeu manter os programas sociais em curso, como o Bolsa Fam�lia e o Minha Casa, Minha Vida, caso seja eleita.
Durante caminhada no Parque da Independ�ncia, Marina ouviu eleitores, posou para fotos e repetiu in�meras vezes a frase "ajude a gente". Ela prometeu ainda fazer melhorias na educa��o e sa�de. "Tudo que for bom ser� mantido", disse a candidata do PSB.
Al�m do candidato a vice-presidente, Beto Albuquerque, ela estava acompanhada pelo deputado Walter Feldman, e agentes da Pol�cia Federal. O acompanhamento foi refor�ado recentemente e est� sendo feito em toda apari��o da candidata. Campos havia recusado a ajuda, mas Marina e Albuquerque pediram esse tipo de prote��o.
Com informa��es da Ag�ncia Estado