A presidente Dilma Rousseff (PT) disse nesta segunda-feira n�o se incomodar com o movimento "volta, Lula", que pede que o ex-presidente se candidate em seu lugar este ano. "Todo mundo que apostou em algum conflito entre eu e o Lula errou. Tenho com o Lula uma rela��o fort�ssima, pessoal", afirmou. "Eu apoiarei o Lula em qualquer circunst�ncia. O que ele quiser fazer, eu apoiarei. Estarei com ele em todas as circunst�ncias, n�o s� em 2018."
Em rela��o a atrasos nas obras do governo federal, como � o caso da transposi��o do rio S�o Francisco, Dilma afirmou que "s� n�o atrasa obra de engenharia quem n�o faz" e justificou que a transposi��o exige diversas obras espalhadas por v�rios Estados para ser potencializada. Ela ressaltou ainda que, se o governo tivesse a experi�ncia que tem hoje, a obra do S�o Francisco levaria cinco anos.
A presidente tamb�m falou de sua rela��o com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Ela afirmou que o Pa�s arrumou um "problema" relacionado � espionagem com v�rios governos. "Minha rela��o com Obama foi entre presidentes que perceberam um problema pol�tico s�rio. Ele percebia que o vazamento n�o era um quest�o banal", disse. Segundo Dilma, os dois pa�ses tratar�o deste assunto depois das elei��es.
Marina
Dilma tamb�m defendeu a propaganda eleitoral de sua campanha que comparou a candidata Marina Silva (PSB) aos ex-presidentes Fernando Collor e J�nio Quadros. Questionada se ela acreditava que Marina tamb�m n�o iria completar um mandato se eleita, a exemplo dos dois ex-presidentes, Dilma explicou que seu programa "n�o fez uma compara��o pessoal". "Eu acho a Marina uma pessoa bem intencionada. N�o estou fazendo uma compara��o pessoal. O que eu fiz de compara��o com o J�nio e o Collor � que ambos governaram sem apoio", explicou, durante a s�rie Entrevistas Estad�o. "N�o estou falando da pessoa dela, mas de uma pol�tica que ela prop�e."
A presidente destacou que quem escolhe o deputado e o senador n�o � a presidente. Segundo ela, todas as pessoas que acham que v�o negociar com not�veis, que � poss�vel governar sem partido, "geralmente ocorre alguma coisa muito perigosa". Ela voltou a criticar o discurso de Marina, que diz que governar� "com os melhores" de todos os partidos. "Quem governa sem partido geralmente tem uma pessoa muito poderosa por tr�s, geralmente os mais ricos. Isto n�o � nova pol�tica, � a pol�tica que levou o Pa�s a um tipo de vis�o que a democracia pode ser feita apenas por uns poucos", afirmou. A presidente lembrou o tempo de ditadura, quando foi presa e torturada, e disse que "pagou um pre�o alto" pela democracia. "Acredito e n�o abro m�o da democracia", afirmou.
Questionada se o aliado Collor n�o havia reclamado da exposi��o negativa, Dilma refor�ou que "n�o falou da pessoa, eu falei de um governo", afirmou. Dilma disse ainda que s�o "dados hist�ricos" que a falta de apoio no Congresso inviabilizou os dois governo. "Que o governo Collor n�o teve base de sustenta��o � um dado da hist�ria. Temos que perceber que acusa��o pessoal � muito profundo. Eu respeito o Collor, mas discordo das pol�ticas. Por isto comecei falando que acho a Marina bem intencionada", afirma.