A presidenci�vel Marina Silva (PSB) defendeunesta quinta-feira, 11, que sabe separar a sua f� pessoal do cargo na Presid�ncia da Rep�blica. "A minha f� eu nunca neguei, nem como cat�lica, nem como evang�lica. N�o acredito que o presidente tenha que negar sua f� para ser presidente da Rep�blica", disse durante sabatina da qual participa, no Rio.
Perguntada sobre as erratas em seu programa de governo, com rela��o � altera��o sobre amplia��o do uso de energia nuclear e, especialmente, a mudan�a quanto ao trecho que falava dos direitos da comunidade LGBT, Marina reafirmou que foi um erro de processo, admitido pelos coordenadores de programa. "Os direitos da comunidade LGBT est�o respeitados e assegurados no nosso programa", disse ao criticar diretrizes de advers�rios que foram mais superficiais ao tratar do tema.
Com rela��o � ado��o de crian�as por gays, Marina disse que a quest�o est� resolvida desde 2010 pela legisla��o, que tem "um olhar para a crian�a". A candidata sinalizou ser favor�vel ao modelo em vigor, pelo qual, postulantes � ado��o s�o avaliados por especialistas para verem se est�o aptos � adotar, independentemente de orienta��o sexual.
Petrobras
A candidata disse ainda que o Pa�s acompanha uma campanha com forte caracter�stica de "distor��o e boato". Ela reafirmou, em sabatina no Rio, que sua posi��o � de que o petr�leo � uma fonte importante de energia para o Brasil e para o mundo. "Os combust�veis f�sseis, principalmente o petr�leo, n�o t�m ainda como serem substitu�dos. E isso n�o est� sendo dito por mim, mas por todos os pa�ses do mundo."
Marina voltou a desmentir que seria contra a explora��o do pr�-sal e afirmar que a considera uma riqueza importante a ser explorada para alavancar o desenvolvimento do Pa�s. E provocou o governo de Dilma Rousseff (PT). "A Petrobras estar quatro vezes mais endividada � que est� amea�ando a explora��o do pr�-sal", disse em cr�tica � interfer�ncia do atual governo sobre a estatal. Na tarde de hoje, a presidenci�vel participar� de um ato no Rio para falar de suas propostas para desenvolvimento e energia.
Esporte
Marina Silva disse querer que o Brasil possa se sair bem ao receber as Olimp�adas em 2016, argumentando ser contra o discurso do "quanto pior, melhor". "Hoje, infelizmente, est� muito aqu�m", disse em rela��o � prepara��o do Pa�s para receber o evento, o que, segundo ela, gera preocupa��o.
Em eventual governo, Marina disse que o esporte receberia investimentos como �rea fundamental tamb�m para alavancar a inclus�o social. Questionada se extinguiria o Minist�rio do Esporte, dentro de sua proposta de cortar � metade as atuais 39 pastas, Marina n�o respondeu. "N�o vamos fazer de forma apressada a men��o de um minist�rio se vai sair ou se vai ficar", disse, ressalvando que a presta��o de servi�os p�blicos de todas as �reas � importante para o Pa�s.
Desmatamento
Marina negou que tenha responsabilidade sobre atrasos em grandes obras, como hidrel�tricas, por causa do modelo de licenciamento ambiental que implementou quando era ministra do Meio Ambiente, entre 2003 e 2008. A ex-ministra lembrou que, em sua gest�o � frente do minist�rio, foram aprovados, em m�dia, quase 300 licen�as por ano, contra cerca de 150 no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Ela afirmou que, no per�odo em que foi ministra, houve diminui��o significativa do desmatamento na Amaz�nia e, ao mesmo tempo, fez-se o licenciamento de obras complexas, como das usinas de Santo Antonio e Jirau, da BR-163, a Cuiab�-Santar�m, e da transposi��o do Rio S�o Francisco. Segundo Marina, essas obras atrasaram por incompet�ncia do governo.
A candidata disse n�o ser contra a constru��o de Belo Monte nem de Angra 3, no Rio, apesar de ser politicamente contra a energia nuclear. "No nosso programa, n�o estamos questionando o que est� em andamento e o que est� implementado", esclareceu. Afirmou ainda que � contra a amplia��o da fonte nuclear na matriz energ�tica, pois ela imp�e riscos com rela��o aos res�duos. Segundo Marina, o Brasil � rico em fontes alternativas, como baga�o de cana, energia solar e e�lica, al�m da hidrel�trica, para precisar ampliar o uso da fonte nuclear.
Mensal�o
Questionada sobre o esc�ndalo do mensal�o, que estourou enquanto ainda era ministra, Marina disse que defendeu o mesmo que defende hoje: que se investigue com rigor. Marina afirmou ainda que o Brasil j� teve v�rios "mensal�es", em refer�ncia aos diversos esc�ndalos de corrup��o da hist�ria recente do Pa�s, citando inclusive a suspeita de compra de votos de parlamentares para a aprova��o da reelei��o no governo de Fernando Henrique Cardoso. "O Brasil precisa aprender com tudo isso em vez de nos alimentarmos politicamente com esses erros", afirmou.
Marina disse considerar que o brasileiro j� deu demonstra��es de que compreende isso nas manifesta��es de rua do ano passado. "N�o tinha um cartaz dizendo 'fora, Dilma'", afirmou, ao argumentar que hoje os brasileiros respeitam as institui��es e fazem manifesta��es verdadeiramente pol�ticas, por bandeiras, como sa�de e educa��o.