Sob ataque dos advers�rios desde que entrou na disputa presidencial, a candidata do PSB, Marina Silva, acusou nesta quinta-feira, 11, o PT e o PSDB de se aliarem para criar "distor��es e boatos" sobre seu programa de governo. Ela usou as den�ncias de corrup��o na Petrobras para se defender das cr�ticas de que se op�e � explora��o do petr�leo na camada do pr�-sal e desvaloriza os partidos pol�ticos. Marina disse que o ministro de Minas e Energia, Edison Lob�o, � motivo de "vergonha alheia" no governo.
Para Marina, os ataques � sua proposta para pol�tica energ�tica tentam encobrir o esc�ndalo da Petrobr�s, denunciado pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal, indicado pelo PP, com aval do PMDB. "Existe uma cortina de fuma�a para desviar o debate, talvez at� porque j� sabiam das den�ncias que estavam vindo das investiga��es. Uma safra que s� d� uma vez n�o pode ser drenada pela corrup��o, como aconteceu com a Petrobras".
A candidata afirmou que seu plano de escolher os "melhores nomes" de cada partido para um poss�vel governo pretende resgatar a seriedade das legendas, e n�o desprez�-las. "N�o consigo imaginar que as pessoas possam confiar em um partido que coloca por doze anos um diretor para assaltar os cofres da Petrobr�s. Espero que as pessoas virtuosas possam renovar seus partidos".
Colega de Marina no primeiro escal�o do governo de Luiz In�cio Lula da Silva durante poucos meses, em 2008, Edison Lob�o n�o foi poupado. "O Brasil tem ministro de Minas e Energia que n�o entende de energia, que � vergonha alheia quando fala de energia", criticou.
Al�m da Dilma Rousseff, o candidato do PSDB, A�cio Neves, tamb�m foi alvo dos protestos de Marina. "Existe uma estrutura espalhando boatos, � um batalh�o de Golias contra Davi, uma artilharia pesada de dois partidos que se uniram temporariamente. O A�cio se aliou ao PT de forma preconceituosa", atacou. Ela disse que o tucano a aponta como despreparada para governar por causa de sua origem humilde.
"Eu fui vereadora, deputada, senadora, ministra. Ele (A�cio) diz `� boazinha', mas � o falso elogio, porque depois diz `� inexperiente, n�o tem capacidade', por causa da minha origem". A ex-ministra comparou os ataques que tem recebido aos boatos espalhados contra o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva na campanha presidencial de 1989, vencida por Fernando Collor.
"O Collor venceu o Lula em cima de muitas mentiras e pagou um pre�o muito alto. N�o se pode ser presidente em cima de mentiras. Prefiro perder ganhando do que ganhar perdendo".
Questionada sobre a hidrel�trica de Belo Monte, no Par�, Marina disse que dar� andamento ao projeto, mas cobrar� do cons�rcio o cumprimento das exig�ncias ambientais.
"Queremos um empreendimento com viabilidade econ�mica, social e ambiental. A licen�a de Belo Monte foi dada em ambiente de press�o pol�tica, as condicionantes n�o est�o sendo cumpridas, vamos encaminhar as coisas de forma correta", declarou.
Sobre o recuo de seu programa em rela��o � uni�o de pessoas do mesmo sexo e ado��o de crian�as por esses casais, Marina informou que, por engano, a equipe da campanha reproduziu a proposta encaminhada pela comunidade LGBT e que a nova vers�o � fiel � "media��o" feita durante as discuss�es internas.
A candidata disse que, por ser evang�lica, � mais questionada sobre religi�o do que os advers�rios, mas que nunca negou sua f�. "O Estado laico n�o � Estado ateu", afirmou. "Se o presidente da Rep�blica precisa negar sua f�, os cidad�os dir�o: se ele n�o consegue garantir o Estado laico para exercer sua cren�a, quanto mais para mim. Estado laico � para defender a cren�a de todas as pessoas. E eu sou comprometida com o Estado laico".S