Bras�lia - A promessa da presidente Dilma Rousseff de levar para o setor p�blico uma gest�o nos moldes do setor privado n�o avan�ou. Criada em 2011, com a participa��o de empres�rios e presidida por Jorge Gerdau, a C�mara de Pol�ticas de Gest�o, Desempenho e Competitividade esbarrou na burocracia e falta de apoio pol�tico. Acabou exclu�da do debate de temas estrat�gicos e terminou por definhar no ano passado. Das seis reuni�es previstas no cronograma de 2013, ocorreram, por exemplo, apenas duas.
A melhoria da gest�o p�blica, com o governo oferecendo mais retorno pelos impostos pagos pelo contribuinte, permeou as manifesta��es de rua de junho do ano passado. Durante a campanha eleitoral, o assunto voltou � tona com o embate entre Dilma e a candidata do PSB, Marina Silva. Enquanto a candidata � reelei��o defende uma postura de “gerente” para a fun��o presidencial, a ex-ministra do Meio Ambiente sugeriu que mais importante seria ter uma vis�o estrat�gica da gest�o p�blica, no fim do m�s passado.
Apesar de defender publicamente as atividades da C�mara de Gest�o e se identificar politicamente com a imagem de “gerente” do governo, Dilma n�o compareceu a nenhuma das 13 reuni�es ordin�rias ou dos dois encontros extraordin�rios do grupo, entre 2011 e 2013, segundo as atas p�blicas divulgadas pela Casa Civil. Os encontros aconteciam no quarto andar do Pal�cio do Planalto, um andar acima do gabinete da presidente.
A C�mara de Gest�o � formada por quatro ministros de Estado e “quatro representantes da sociedade civil, com reconhecida experi�ncia e lideran�a nas �reas de gest�o e competitividade de entidades p�blicas ou privadas”. Integram o colegiado os empres�rios Henri Philippe Reichstul, Ab�lio Diniz, Ant�nio Maciel Netto e Jorge Gerdau. E os ministros do Planejamento, Miriam Belchior, da Fazenda, Guido Mantega, do Desenvolvimento, Mauro Borges e da Casa Civil, Aloizio Mercadante.
A densidade da composi��o n�o foi suficiente, por�m, para permitir que o grupo tivesse mais participa��o em assuntos complexos, como o modelo do Sistema �nico de Sa�de, os modelos de concess�o de infraestrutura ao setor privado e at� mesmo obras preparat�rias da Copa do Mundo ocorrida em junho. O grupo, criado por decreto, acabou ficando de fora de todos estes grandes assuntos e cuidou de temas, embora importantes, de menor envergadura.
Em vez de discutir todo o SUS coube � c�mara avaliar a log�stica de distribui��o de rem�dios no Pa�s, por exemplo. No modelo das concess�es, amplamente criticado pela defini��o da taxa de lucratividade do neg�cio e pelo pouco di�logo do governo com empres�rios, n�o houve participa��o alguma da c�mara. As obras da Copa do Mundo de futebol, cuja evolu��o deveria ser publicada mensalmente em site oficial, de acordo com sugest�o de empres�rios em reuni�o da c�mara de gest�o em 2011, foram divulgadas em balan�os ocasionais, sem periodicidade definida, apenas tr�s vezes nos anos seguintes.
Alguns dos projetos apresentados � c�mara tamb�m n�o passavam de inten��es. Um exemplo � o “Mais e Melhor com Menos”, apresentado por Miriam Belchior em 5 de outubro de 2012. Tal iniciativa n�o existe formalmente. A express�o � usada publicamente por Miriam desde 2010, quando foi escolhida para ocupar o Minist�rio do Planejamento.