Bras�lia - O governo montou uma opera��o de “conten��o de danos” com vistas a minimizar poss�veis estragos causados pelo depoimento que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobr�s Paulo Roberto Costa deve prestar na tarde de hoje � CPI mista (CPMI) da estatal instalada no Senado em decorr�ncia da Opera��o Lava Jato da Pol�cia Federal.
Desde o dia 29 de agosto, Costa tem prestado depoimentos � Justi�a no qual vem revelando a participa��o de pol�ticos, inclusive filiados ao PT e ao PMDB, num esquema de recebimento de propina em contratos sob a diretoria que comandou nos governos Lula e Dilma (2004 a 2012). A avalia��o � de que o ex-diretor poderia perder o direito � redu��o da pena prevista no acordo de dela��o caso fale aos deputados e senadores.
Dilma afirmou ontem que “n�o tem a menor preocupa��o” com a ida do ex-diretor para depor no Congresso. Apesar das declara��es da presidente, o governo est� acompanhando o tema de perto e o ministro- chefe da Secretaria de Rela��es Institucionais, Ricardo Berzoini, foi escalado para atuar junto ao Congresso. Berzoini se reuniu na manh� desta ter�a-feira, no Planalto, com o presidente da CPMI, senador Vital do R�go (PMDB-PB), para debater a estrat�gia de condu��o dos trabalhos durante o depoimento.
Enquanto o assunto Petrobr�s estiver em ebuli��o na CPMI, o afastamento do ministro Ricardo Berzoini do governo est� adiado. A ideia inicial consistia em que ele, a exemplo dos ministros Gilberto Carvalho (Secretaria Geral), que tirou f�rias, e do Desenvolvimento Agr�rio, Miguel Rossetto, que deixou temporariamente o cargo para refor�ar a campanha, tamb�m se afastasse do Planalto para colaborar nas elei��es.
Mas, agora, diante das den�ncias de corrup��o na estatal, o plano foi adiado. Berzoini, no entanto, j� participa das reuni�es de coordena��o da campanha petista no Alvorada.
Manobra. Em sintonia fina com o Planalto, caso Costa queira falar � CPI, parlamentares da base v�o defender que o depoimento do ex-diretor seja realizado em sess�o fechada. Embora justifiquem publicamente que desta forma o ex-diretor vai se sentir mais � vontade para falar, os governistas avaliam que um depoimento feito sem a presen�a da imprensa ter� um efeito pol�tico - e, naturalmente, eleitoral - reduzido.
Outro ponto que os governistas pretendem explorar, caso o ex-diretor resolva falar, � sobre a ascens�o de Costa na Petrobr�s durante o governo Fernando Henrique Cardoso. A estrat�gia da base � mostrar que, se o ex-diretor atuou mesmo no esquema de corrup��o da Petrobr�s, o in�cio se deu ainda nos governos tucanos. O ex-diretor, que entrou para a estatal em 1977 por concurso p�blico, ocupou importantes fun��es na companhia durante a gest�o FHC. Um grupo de 10 assessores da base fez um pente-fino na atua��o de Costa a fim de encontrar ind�cios de atua��o irregular dele desde o governo do PSDB (1995-2002).
Apesar da apreens�o nos bastidores, o presidente da CPMI afirmou que n�o est� preocupado com as eventuais repercuss�es que as revela��es do ex-diretor possam trazer para seu partido. “(O PMDB) n�o (teme o depoimento), eu acho que todos n�s torcemos para que ele possa falar e confirmar as not�cias vazadas por voc�s”, respondeu Vital do R�go.
O relator da comiss�o, deputado Marco Maia (PT-RS), disse esperar que Costa confirme as declara��es. “Provavelmente esta sess�o ser� fechada e n�s deveremos dar esta oportunidade ao depoente para que ele possa falar mais. N�s queremos ouvi-lo, obter informa��es dele durante o processo de investiga��o”, disse. O l�der do DEM na C�mara, Mendon�a Filho (PE), tamb�m concorda com o relator. “Se formos realizar a sess�o secreta, vamos preservar a condi��o do delator”, afirmou.
Com Ag�ncia Estado