Apesar de negar que a mais recente den�ncia de corrup��o envolvendo a Petrobras atrapalhe a campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), afirmou que "a popula��o sabe que o partido (PT), como outros partidos, � de homens e mulheres que s�o suscet�veis a erros". Wagner disse, ainda, que muitos idealizavam o PT co ;mo um "partidos dos santos" e que a democracia brasileira n�o pode depender da "bem-vinda honestidade" das pessoas.
Ao defender uma reforma pol�tica e criticar o fato de as campanhas precisarem de muito dinheiro para se viabilizar, o governador baiano sugeriu que a pr�tica de desvio de dinheiro � comum. "E n�o pense que nos outros tempos n�o tenham utilizado. Agora v�o dizer que n�o, que n�o utilizaram as empresas para pedir contribui��o eleitoral. De onde sai contribui��o eleitoral? Uma campanha presidencial que custa R$ 100 milh�es sai de onde?", colocou. "Ou n�s vamos mudar a forma eleitoral brasileira ou n�s vamos viver de esc�ndalo em esc�ndalo".
"Eu n�o acho que atrapalha agora (a campanha de Dilma), at� porque aqui na Bahia tem um ditado de que diz que 'tudo que � demais, sobra'. Ent�o tentar caracterizar o PT como partido dos marginais a popula��o j� esta careca de saber que isso n�o passa de jogada eleitoral", disse. "N�o estou dizendo que a popula��o fique satisfeita de ver o que est� vendo, mas a popula��o sabe que o partido (PT), como outros partidos, � de homens e mulheres que s�o suscet�veis a erros", reconheceu.
"Para minha tristeza, estamos voltando ao tempo do imp�rio, quando para ser candidato voc� tinha que provar que tinha 200 mil contos de reis. Hoje em dia est� igual. Raros s�o os candidatos que sem lastro financeiro e econ�mico conseguem chegar l�", defendeu. "Ent�o est� errado isso a�. E n�o � o problema do PT, todo mundo est� na mesma m�quina. Essa m�quina � uma m�quina de moer carne, e de carne boa. O osso vai ficando". Wagner disse, ainda, que, "no instinto de sobreviv�ncia, o cara quer se eleger", em refer�ncia aos pol�ticos brasileiros.
Wagner ainda caracterizou como "est�pido" e "enorme" o grau de "degrada��o da comercializa��o" da campanha eleitoral de 2010 at� 2014. "Ent�o ou a classe pol�tica a partir de 2015 vai fazer uma reforma pol�tica e na lei eleitoral ou voc�s v�o viver de esc�ndalo em esc�ndalo", refor�ou, depois de participa��o na 54ª Conven��o Nacional do Com�rcio Lojista, que est� sendo realizado na Costa do Sauipe, no munic�pio de Mata de S�o Jo�o (BA).
Mensal�o
O governador fez refer�ncia ao mensal�o para lembrar da necessidade da reforma eleitoral e disse que muitos eleitores idealizavam o PT. "Desde o dito esc�ndalo do Mensal�o, em 2005, quando eu inclusive era o articulador pol�tico do presidente, o que pode ter ficado claro para a popula��o - e da� v�m algumas pessoas que se dizem decepcionadas - � que talvez alguns idealizassem o PT, que nasceu h� 30 anos com um ide�rio, como um partido dos santos, imune". E completou: "A verdade � que a m�quina eleitoral brasileira ou muda, ou vai todo mundo para o ralo".
"Eu tive a oportunidade de dizer isso a Joaquim Barbosa: imagino que o senhor est� com sua consci�ncia tranquila de ter dado a sua contribui��o, como eu dei, porque fui o primeiro deputado a propor a CPI do Or�amento em 1991", completou. "Houve a CPI, an�es foram cassados e, pelo jeito, as coisas n�o mudaram. A democracia brasileira n�o pode ficar dependente da bem-vinda honestidade de cada um de n�s. Ela tem que ter ferramentas e instrumentos de transpar�ncia que garanta que quando algu�m espirra e sai fora a gente consiga detectar rapidamente", defendeu. (Rep�rter viajou a convite da CNDL)