A presen�a de candidatos jovens entre as 25.919 nomes que v�o concorrer neste ano a 12 cargos federais e estaduais ainda est� muito abaixo do esperado, segundo o levantamento Sub-representa��o de Negros, Ind�genas e Mulheres: Desafio � Democracia, lan�ado nesta sexta-feira, pelo Instituto de Estudos Socioecon�micos (Inesc), em Bras�lia.
Apesar da baixa representatividade desse segmento entre os que disputam a corrida eleitoral, a assessora pol�tica do Inesc, Carmela Zigoni, afirma que h� sinais positivos nos dados levantados. Como esta � a primeira elei��o em que os candidatos tiveram que declarar - al�m do sexo, ra�a e cor, a partir do corte usado pelo IBGE, foi poss�vel identificar que entre os candidatos jovens est� a maior participa��o de negros (45,4%) e mulheres (52,3%). “A gente acredita que tem um caminho de maior equidade acontecendo nas candidaturas”, afirmou, apesar de reconhecer que a participa��o ainda � inexpressiva.
“Muitas vezes isso acontece porque a juventude n�o compreende o sistema pol�tico como representativo de suas demandas e busca outras formas de organiza��o pol�tica”, completou a pesquisadora.
A dist�ncia entre o perfil da popula��o brasileira - que ser� representada por alguns destes nomes - e o perfil dos poss�veis representantes identificados no levantamento tamb�m confirmou o desequil�brio em rela��o �s candidaturas de mulheres. Apesar do sexo feminino representar a maior parte da popula��o, elas s�o apenas 30,7% entre os candidatos a deste pleito.
De acordo com os pesquisadores do instituto, os partidos “somente cumprem as cotas de 30% previstas em lei” e o resultado � que as candidatas pretas, pardas e ind�genas “permanecem invisibilizadas entre as candidaturas majorit�rias.”
A composi��o das candidaturas de mulheres brancas, mulheres negras e ind�genas que t�m a menor representa��o no pleito � superada inclusive pelas de homens negros que j� est�o em desvantagem em termos de candidaturas. Dos quase 26 mil candidatos registrados, 38,6% s�o homens brancos e 30% s�o homens negros, enquanto 16,5% s�o mulheres brancas e 14,2% mulheres negras.
“Ao que tudo indica, na hora do voto a dupla discrimina��o opera – a de g�nero e ra�a e cor – uma vez que contam-se nos dedos as parlamentares mulheres negras presentes hoje no Parlamento. No caso das mulheres ind�genas, a situa��o � mais grave: o Congresso Nacional n�o conta com nenhum representante desse grupo da popula��o”, conclu�ram os pesquisadores.
Os dados do levantamento ser�o divulgados hoje, em um encontro em Bras�lia, aberto ao p�blico. Todas as informa��es foram reunidas em uma publica��o que ser� distribu�da gratuitamente no local. No per�odo da tarde, representantes de diversas organiza��es sociais v�o discutir como a sub-representa��o pode ser solucionada em uma Reforma Pol�tica mais completa do que as que vem sendo propostas no Congresso.
Com AG�ncia Brasil