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Estado de Minas

DOI-Codi do Rio fez 48 v�timas

Quinze presos morreram e 33 desapareceram ap�s passar pelo centro de repress�o, diz Comiss�o Nacional da Verdade


postado em 24/09/2014 00:12 / atualizado em 24/09/2014 07:26

Rio de Janeiro – A Comiss�o Nacional da Verdade descobriu que 33 presos que passaram pelo antigo DOI-Codi, o centro de repress�o do Ex�rcito, no Rio, est�o desaparecidos e 15 morreram durante a ditadura militar (1964-1985). A informa��o foi divulgada ontem pelo presidente da comiss�o, Pedro Dallari, depois de visitar o local. Entre  as v�timas, est� o ex-deputado Rubens Paiva, morto em janeiro de 1971. Outros desapareceram ap�s deixar o local e ser encaminhados para outros centros de tortura,

como a Casa da Morte, em Petr�polis, ou at� para o Hospital Central do Ex�rcito. No antigo pr�dio do DOI-Codi funciona hoje o Quartel de Pol�cia do Ex�rcito.

“A visita foi muito boa para detalharmos o local, o que permitir� � comiss�o cumprir a fun��o de relatar os fatos. Houve, claramente, um desvio de finalidade dos �rg�os militares”, afirmou Dallari

Representantes das comiss�es nacional e estadual da Verdade, al�m de peritos e de ex-presos do local visitaram o quartel por pouco mais de duas horas. Nos relatos, a constata��o de que pequenas mudan�as foram feitas nas �reas de tortura.

No pr�dio onde havia dois pavilh�es para interrogat�rios e pris�o de homens e mulheres, os integrantes das comiss�es encontraram salas destinadas � burocracia da unidade militar. “Essa visita representa, antes de tudo, a recupera��o da mem�ria dessas pessoas, deste local. Vai ser poss�vel contar em croquis e montar o quebra-cabe�a que mostrar� a mudan�a arquitet�nica interna, al�m das t�cnicas de tortura trazidas por ingleses para c�”, contou Jo�o Ricardo Dornelles, da Comiss�o Estadual da Verdade.

No olhar de seis ex-presos, ao deixar o local, a emo��o de visitar onde foram torturados. “O pr�dio est� a mesma coisa. Voltei ao local onde fui parar no pau de arara, fui torturado e em que Rubens Paiva morreu. Saio com a sensa��o de cumprir uma miss�o hist�rica”, afirmou o jornalista �lvaro Caldas, que ficou tr�s meses preso no DOI-Codi, no Rio.

TORTURA O Hospital Central do Ex�rcito foi palco de torturas durante a ditadura militar. Na segunda-feira, Pedro Nin Ferreira e Felipe Carvalho Nin Ferreira, irm�o e sobrinho de Raul Amaro Nin Ferreira, morto em agosto de 1971, afirmaram em depoimento no Arquivo Nacional, sede da CNV no Rio de Janeiro, que ele foi torturado no hospital.

Pedro Nin disse que estava prestes a completar 17 anos quando seu irm�o foi preso. “Quando soubemos que o Raul tinha ido para o hospital, pens�vamos que ele tinha apanhado, mas que iriam cuidar dele, jamais o contr�rio”, afirmou.

A fam�lia de Raul Amaro e a CNV requisitaram ao m�dico legista Nelson Massini, professor titular de medicina legal da Faculdade de Direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), um laudo m�dico sobre o caso. O documento aponta que, em virtude das caracter�sticas das les�es encontradas no corpo de Raul, ele n�o s� morreu no Hospital Central do Ex�rcito, como as depend�ncias do hospital foram usadas para tortura.

Documentos encontrados pela fam�lia e pelo pesquisador Marcelo Zelic indicam que a tortura pode ter sido cometida por agentes do Dops. A requisi��o para comparecimento de dois policiais ao hospital na v�spera da morte foi localizada pela fam�lia e o pesquisador.

Para Paulo S�rgio Pinheiro, integrante da CNV, que conduziu o depoimento, os testemunhos e a pesquisa da fam�lia Ferreira ajudam a demonstrar que mortes como a de Raul “n�o foram excessos, mas parte de uma pol�tica de Estado”, disse.

Al�m deles, prestou depoimento o m�dico Luiz Ten�rio. Ele afirmou que foi torturado por uma equipe do DOI-Codi do Rio de Janeiro que contou com a assist�ncia do m�dico militar Ricardo Agnese Fayad, general reformado do Ex�rcito. A fun��o de Fayad no DOI-Codi, segundo o depoente e outros presos pol�ticos, era verificar se a tortura poderia prosseguir ou se deveria ser interrompida para evitar a morte do interrogado.


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