Oposi��o quer convocar Palocci para CPI da Petrobras

Eduardo Milit�o e Andr� Shalders

Bras�lia – Novas den�ncias envolvendo a Petrobras, alvo de duas CPIs no Congresso, tumultuaram a campanha neste fim de semana. O ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa teria afirmado, em depoimento sob condi��o de dela��o premiada aos investigadores da Opera��o Lava a Jato, que o ex-ministro Antonio Palocci pediu a ele R$ 2 milh�es para o caixa da campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff nas elei��es de 2010. Paralelamente, documentos internos da estatal mostram que um subordinado de Paulo Roberto desviou R$ 57,4 milh�es no ano eleitoral de 2008, sendo demitido apenas depois que o chefe deixou o cargo. A oposi��o promete pedir ao menos duas convoca��es na CPI nesta semana e requerer c�pias de documentos. A base aliada se irritou. A pr�pria presidente Dilma classificou a acusa��o de “factoide” �s v�speras da elei��o.

No depoimento que presta ao Minist�rio P�blico e � Pol�cia Federal, Paulo Roberto Costa teria dito que foi procurado por Palocci h� quatro anos a fim de obter uma doa��o para a campanha do PT. Ele repassou o caso ao doleiro Alberto Youssef, um dos quatro piv�s da Lava a Jato. O dinheiro foi pago? “Aparentemente, sim”, afirmou Costa, segundo a revista Veja, porque n�o foi mais procurado pelo ex-ministro.

Neste fim de semana tamb�m veio � tona o resultado de uma sindic�ncia interna da Petrobras que constatou que um subordinado do ex-diretor, o ent�o gerente de Comunica��o de Abastecimento Corporativo Geovane de Morais, desviou milh�es de reais em 2008. Mas ele s� foi demitido por justa causa no ano passado, quando Paulo Roberto Costa n�o integrava mais a empresa. Para se defender, Geovane foi � Justi�a do Trabalho e afirmou que apenas cumpria ordens de “escal�es superiores” para atender pol�ticos em campanha eleitoral, segundo noticiou a revista �poca.

O l�der do PPS na C�mara, Rubens Bueno (PR), pedir� amanh� a convoca��o de Palocci para depor na CPI, se poss�vel, ainda nesta semana, quando a comiss�o deveria suspender os trabalhos por causa da proximidade das elei��es. Se n�o for poss�vel, ele tentar� marcar o depoimento para 8 de outubro, quando tamb�m falar� a ex-contadora de Youssef, Meire Poza. Bueno, no entanto, teme o esvaziamento da comiss�o. “A CPI do Cachoeira foi empastelada quando chegou � campanha de Dilma em 2010, �s doa��es de empreiteiras e de empresas fantasmas.”

“Factoide” Dilma se irritou ontem ao comentar o assunto. “A minha campanha tinha um tesoureiro, que se chama Jos� de Filippi (ex-deputado federal pelo PT-SP)”, afirmou a candidata, em Bras�lia. “Foi ele quem apresentou as minhas contas ao TSE, as assinou, arrecadou, prestou contas e teve as contas aprovadas”, disse ela, acrescentando que a not�cia n�o passa de um “factoide”. Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), as den�ncias merecem desconfian�a. “N�o d� para saber se o Paulo Roberto Costa disse isso, pois n�o temos acesso ao documento. Uma not�cia dessa a uma semana da elei��o serve como manipula��o pol�tica”, disse.