S�o Paulo - Preso pela Opera��o Lava Jato da Pol�cia Federal e alvo de a��es que o acusam de uma s�rie de crimes, o doleiro Alberto Youssef vai fazer uma “confiss�o total dos fatos” nos depoimentos que prestar� nos pr�ximos dias, segundo o seu advogado, Antonio Figueiredo Basto. Youssef ser� ouvido a partir de um acordo de dela��o premiada, na qual diz o que sabe aos investigadores em troca de redu��o da pena. Esse acordo precisa ser aprovado pela Justi�a, algo que ainda n�o ocorreu. “Acordo de colabora��o pressup�e a confiss�o integral dos fatos, responder todos os fatos que for perguntado, a responsabilidade em colaborar com a Justi�a”, afirmou o advogado do doleiro em entrevista ao Estado. “As outras pessoas (apontadas por Youssef) v�o ter o direito de se defender”, ressaltou Basto.
As investiga��es da PF apontam que o doleiro, assim como o ex-diretor da Petrobr�s, tinha contato com v�rios pol�ticos, como os deputados federais Andr� Vargas (sem partido-PR) e Luiz Arg�lo (SD- BA).
Youssef tamb�m � suspeito de fazer neg�cios com dirigentes partid�rios. Uma das linhas de investiga��o da PF mira no tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari Neto. O petista, segundo as investiga��es, era um dos contatos de fundos de pens�o com a CSA Project Finance, empresa de fachada de Youssef. “Jo�o Vaccari esteve v�rias vezes na sede da CSA, possivelmente a fim de tratar de opera��es com fundos de pens�o com Cl�udio Mente”, relatou � Justi�a o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, apontado como laranja de Youssef. Vaccari nega ter participado de negocia��es com Claudio Mente.
Vargas, por sua vez, � amigo de Youssef e foi alvo de processo na Comiss�o de �tica na C�mara que pediu a cassa��o de seu mandato por suas liga��es com o doleiro. A empresa Labogen, controlada por Youssef, contou com a ajuda do parlamentar para se aproximar do Minist�rio da Sa�de. Al�m disso, Vargas chegou a utilizar um jatinho pago pelo doleiro para sua viagem de f�rias com a fam�lia para Jo�o Pessoa (PB) em dezembro do ano passado. Ele admitiu que o epis�dio do jatinho foi um “equ�voco”.
O parlamentar se desfiliou do PT ap�s a Pol�cia Federal revelar suas rela��es com Youssef. Sua cassa��o ainda ser� votada no plen�rio da C�mara. J� Arg�lo recebeu dinheiro do doleiro, segundo depoimento da ex-contadora de Youssef, Meire Poza. O pr�prio juiz Sergio Moro, respons�vel pelos processos da Lava Jato que tramitam na Justi�a Federal do Paran�, chegou a citar, em uma de suas decis�es, os pagamentos de propinas realizados pelo doleiro “a parlamentares”. “Relativamente a Alberto Youssef, as medidas investigat�rias revelaram seu suposto envolvimento, na condi��o de l�der, de grupo criminoso dedicado � lavagem de dinheiro e a pagamento de vantagens indevidas a ex-diretor da Petrobr�s, sem contar pagamentos a dois parlamentares federais”, escreveu o juiz.
Passado. Considerado “criminoso profissional” por Moro, Youssef foi condenado a 4 anos e 4 meses de pris�o por corrup��o ap�s ter descumprido um acordo de dela��o no caso Banestado - esc�ndalo de evas�o de divisas que pode ter alcan�ado US$ 30 bilh�es, nos anos 1990.
Na �poca, ele se comprometeu com a Justi�a a n�o voltar a cometer crimes. Ap�s ser pego pela Lava Jato, contudo, seu acordo foi rompido. Por esse motivo, autoridades ainda est�o reticentes em aceitar ou n�o o acordo de dela��o na Lava Jato.
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