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Estado de Minas

Dilma chega � reta final da elei��o sem plano de governo

Dilma rompe a tradi��o do PT de apresentar longos programas de governo


postado em 29/09/2014 10:49 / atualizado em 29/09/2014 10:57

S�o Paulo - A presidente Dilma Rousseff chega � reta final da corrida pelo Pal�cio do Planalto rompendo, pela segunda vez, a tradi��o do PT de apresentar longos programas de governo, com detalhamento de futuras a��es em �reas espec�ficas. At� agora, a seis dias do 1.º turno, o comit� eleitoral apresentou apenas um texto gen�rico � Justi�a Eleitoral, uma exig�ncia legal de todo in�cio de campanha. E os compromissos por escrito da petista, dizem seus auxiliares, n�o devem passar disso neste ano.

Na campanha de 2010, a ent�o candidata tamb�m se esquivou de apresentar suas propostas detalhadas e s� lan�ou um panfleto com 13 compromissos cinco dias antes do 2.º turno.

Ontem, questionada sobre o assunto em S�o Paulo, Dilma tentou se justificar. “Voc� sabe o que � modernidade? Modernidade n�o � um calhama�o feito de papel. S�o v�rias formas de comunica��o. A mim interessa comunicar ao povo brasileiro, que � quem vai votar nessas elei��es e quem vai decidir que caminho quer percorrer. Eu n�o vou inventar”, afirmou a presidente, segundo quem seu programa � “um composto do alicerce do governo, das diretrizes (entregues � Justi�a Eleitoral) e de todas as novas propostas (ditas na TV)”.

Oficialmente, a campanha do PT alega que, por se tratar de uma candidatura � reelei��o, n�o h� necessidade de um programa detalhado, pois o eleitorado j� conhece as propostas de Dilma. No entanto, em conversas reservadas, integrantes da c�pula petista admitem que houve uma mudan�a de dire��o no in�cio de setembro, quando, diante da avalanche de cr�ticas ao programa da advers�ria do PSB, Marina Silva, o comit� de Dilma decidiu arquivar as propostas formuladas para evitar que o plano de governo se transformasse em um tiro no p�.

O comit� da reelei��o, por�m, n�o se limitou a suspender o programa de Dilma temendo o rev�s sofrido pela candidata do PSB. Passou a usar as falhas do plano da advers�ria - que teve duas erratas - como arma pol�tica. Tamb�m explorou propostas, como a de autonomia do Banco Central, para associ�-la aos ricos. Ex-petista e ex-ministra do governo Luiz In�cio Lula da Silva, Marina lan�ou seu programa com mais de 200 p�ginas em 29 de agosto. � a �nica entre os principais candidatos a fazer isso at� agora. O tucano A�cio Neves promete seu plano de governo detalhado para hoje.

Inicialmente, a campanha de Dilma planejava lan�ar uma s�rie de cadernos elaborados ao longo deste ano por 30 grupos tem�ticos, que fizeram centenas de reuni�es por todo o Brasil coletando e sistematizando sugest�es de especialistas, acad�micos e militantes de diversos setores como sa�de, educa��o e economia. Segundo o coordenador do trabalho, Alessandro Teixeira, algumas propostas foram apresentadas no programa de televis�o e no site de campanha. Um exemplo � a proposta de transformar o caixa 2 em crime. O setorial de mulheres chegou a distribuir um texto, mas recolheu o documento por ordem do comando da campanha.

O comit� ainda n�o sabe o que fazer com o material produzido e os respons�veis pelas �reas tem�ticas n�o foram nem sequer informados sobre qual ser� o destino do trabalho. Vinte pessoas formaram um grupo coordenado pelo ex-presidente da Ag�ncia Nacional de Petr�leo Haroldo Lima, para elabora��o de uma proposta de programa de governo para a �rea de energia. O resultado do trabalho foi entregue a Dilma h� cerca de tr�s meses. “Ela passou as vistas, j� estava no clima de campanha, mas a not�cia � que ela agradeceu e ficou muito satisfeita com a proposta”, disse.

De acordo com o soci�logo Francisco Oliveira, que colaborou na formula��o de diversos programas do PT antes da chegada do partido ao poder - atualmente ele est� rompido com os petistas -, a elabora��o de programas consistentes � uma tradi��o dos partidos de esquerda e a falta de propostas detalhadas de Dilma mostra o vi�s conservador do governo. “Quando voc� est� na oposi��o, tenta subverter a ordem, e quando chega ao poder, tenta manter a ordem estabelecida. Os partidos de esquerda n�o conseguiram resolver bem essa contradi��o, e o PT, menos ainda”, afirmou.

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