S�o Paulo - Depois da defini��o do primeiro turno eleitoral, que colocou a presidente Dilma Rousseff (PT) enfrentando o senador A�cio Neves (PSDB) na corrida pelo Pal�cio do Planalto, a candidatura petista estuda que regi�o do Pa�s ser� seu foco principal.
As contas fazem sentido. Nos nove Estados do Nordeste, Dilma foi a mais votada em oito. Perdeu apenas em Pernambuco, onde a ex-senadora Marina Silva (PSB) recebeu o apoio da fam�lia e do grupo pol�tico do ex-governador Eduardo Campos, morto em agosto, e acabou sendo a preferida do eleitorado.
Mas o total de votos obtidos por Dilma a mais do que A�cio produziu um sucesso absoluto na regi�o. Ao todo, a petista abriu uma vantagem de aproximadamente 12,1 milh�es de votos sobre o tucano entre os eleitores do Nordeste. Por causa desse excepcional desempenho, a presidente terminou o 1.º turno na frente do tucano, com uma vantagem nacional superior a mais de 8 milh�es de votos.
Em alguns Estados, a diferen�a foi muito expressiva. Foi o caso da Bahia, onde Dilma obteve 3 milh�es de votos a mais do que A�cio. Esse destaque tamb�m se repetiu no Cear�, com uma vantagem de 2,4 milh�es, e no Maranh�o, onde o apoio � petista garantiu uma margem de 1,8 milh�o a favor dela.
Tradicionalmente, o Nordeste tem votado em peso a favor do PT desde a primeira vit�ria presidencial de Luiz In�cio Lula da Silva, em 2002. Al�m disso, a implementa��o do programa Bolsa Fam�lia, muito forte na regi�o, aumentou ainda mais a popularidade dos governos petistas entre os eleitores nordestinos, especialmente entre os mais pobres.
O problema de tentar ampliar essa estrat�gia � que o teto de Dilma no Nordeste pode estar pr�ximo. � exce��o de Pernambuco, onde o apoio dado a Marina precisar� se deslocar obrigatoriamente, os outros Estados j� despejaram uma imensa quantidade de votos para o PT. � dif�cil imaginar que possam dar uma quantidade significativa al�m do que j� entregaram para Dilma.
Assim, um caminho natural para o PT seria partir em busca do apoio do eleitor paulista. Mas, no 1.º turno, A�cio foi absoluto no Estado - que ser� governado pelo PSDB pelo sexto mandato consecutivo. Ao todo, derrotou Dilma por mais de 4,2 milh�es. E pode at� ampliar essa vantagem no 2.º turno, crescendo sobre o eleitorado de Marina Silva. A possibilidade de apoio oficial da ex-ministra para A�cio no 2.º turno pode facilitar essa migra��o de eleitores.
Por isso, os petistas se dividem sobre qual a melhor op��o para o 2.º turno. Segundo um ministro pr�ximo da presidente, "o ideal seria atacar simultaneamente as duas frentes, mas sabemos que isso � imposs�vel e n�o chegar�amos a efeito pr�tico nenhum", diz. "Ent�o, vamos escolher uma das op��es para fazer esse foco no segundo turno", afirma.
A necessidade de conquistar mais votos nesses dois alvos se d� pela conta feita entre os petistas a respeito do prov�vel crescimento de A�cio em v�rios Estados onde ficou abaixo do seu potencial. Foi o caso de Minas Gerais, seu Estado, e do Rio Grande do Sul, onde os candidatos tucanos tradicionalmente v�o bem. E a eventual perda desses eleitores pode comprometer o resultado de Dilma no segundo turno se n�o surgirem novos votos para compens�-la.