Bras�lia - A presidente Dilma Rousseff pretende escolher o novo ministro da Fazenda antes da reuni�o de c�pula do G-20, marcada para os dias 15 e 16 de novembro, na Austr�lia. A inten��o � acalmar o mercado, desfazer incertezas sobre investimentos e recuperar a credibilidade internacional, aparecendo no grupo das 20 maiores economias do mundo como a presidente disposta a fazer o dever de casa.
"Acredito que vamos encerrar o ano melhor", disse Mercadante ao Estado. "O per�odo eleitoral � sempre de incerteza e especula��o. Passada a elei��o, a vida volta ao normal."
Auxiliares da presidente dizem que ela ter� de fazer um ajuste fiscal capaz de dar mais efici�ncia aos programas para garantir emprego e renda e, ao mesmo tempo, apresentar metas consistentes para os pr�ximos anos. A presidente j� decidiu que o programa de concess�es de infraestrutura sofrer� altera��es para se tornar mais atrativo aos bancos privados.
O problema � o tamanho do ajuste. Dilma afirma que ele n�o ser� t�o severo porque o Brasil est� em melhor situa��o do que em 2003, quando Luiz In�cio Lula da Silva assumiu o governo. Em conversas reservadas, por�m, at� integrantes da equipe econ�mica afirmam que Dilma deve indicar logo um nome forte para a Fazenda, de prefer�ncia do mercado financeiro, para acalmar os investidores.
Trata-se de uma tentativa de reverter a crise de confian�a que abala o governo no in�cio do segundo mandato. Na lista dos cotados est�o Rossano Maranh�o, ex-presidente do Banco do Brasil e executivo do Safra; o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco; e o economista Nelson Barbosa.
O PT prefere Barbosa, que foi secret�rio executivo da Fazenda no governo Dilma. O economista saiu em 2013 ao entrar em rota de colis�o com Arno e com o pr�prio Mantega, mas se re�ne periodicamente com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, com quem tamb�m atuou no governo. Professor da Funda��o Get�lio Vargas, em S�o Paulo, Barbosa � colaborador do Instituto Lula.
Em meados do ano passado, Lula sugeriu a Dilma que trocasse Mantega pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. Ela, que nunca gostou da "ortodoxia" de Meirelles, n�o aceitou a sugest�o.
Amarras
O escolhido estar� mais amarrado � pol�tica econ�mica em curso, sem muito espa�o para imprimir sua marca, pelo menos no per�odo inicial do pr�ximo mandato. Esse � um risco apontado por integrantes da �rea t�cnica do pr�prio governo, ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, e pode se tornar um problema para a presidente achar um nome.