S�o Paulo - O executivo Julio Camargo, apontado como elo de empreiteiras com o esquema de corrup��o na Petrobras, aceitou pagar multa de R$ 40 milh�es no �mbito da dela��o premiada que fechou com o Minist�rio P�blico Federal, segundo os investigadores da Opera��o Lava Jato.
Ele � o terceiro alvo da Lava Jato que firma acordo de dela��o premiada. Com a dela��o, Camargo pode obter acentuada redu��o de pena, at� mesmo o perd�o judicial. A multa de R$ 40 milh�es, no entanto, ele ter� que de pagar. Antes, fez a colabora��o o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que citou pelo menos 32 parlamentares como supostos benefici�rios do esquema de corrup��o e propinas na estatal petrol�fera.
O doleiro Youssef est� fazendo dela��o, interrompida porque foi hospitalizado no s�bado, dia 25. Julio Camargo temia ser preso a qualquer momento pela Lava Jato, que entrou em sua segunda etapa, agora concentrando fogo nas empreiteiras.
Apavorado, Camargo resolveu contar o que sabe. Seu relato confirma a exist�ncia do cartel das construtoras na Petrobras. O grande conluio j� havia sido revelado por Paulo Roberto Costa, mentor do esquema de propinas da estatal. Camargo j� confirmou o envolvimento direto de pelo menos duas gigantes da constru��o.
A Toyo Setal, que Camargo representava, realiza atividades de projeto, constru��o e montagem na modalidade de EPC (Engenharia, Suprimentos e Constru��es), em unidades industriais, nos segmentos de �leo e g�s, petroqu�mica, qu�mica, minera��o, infraestrutura, plantas de gera��o de energia e siderurgia.
A Toyo trabalha tamb�m com estaleiros, na fabrica��o e servi�os de constru��o de m�dulos para plataformas offshore, incluindo unidades de gera��o de energia el�trica, de compress�o de g�s e de processamento de petr�leo.
A Toyo e Camargo aparecem em uma planilha que a PF apreendeu. O documento indica contribui��es de Camargo a partir de mar�o de 2010, provavelmente para a campanha eleitoral daquele ano. A empresa e ele foram citados pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa em depoimento � Justi�a Federal. Costa apontou suposto envolvimento de Duque no esquema.
Na campanha eleitoral de 2010, Camargo ficou entre os maiores doadores de pessoa f�sica. Ele doou um total de R$ 1,12 milh�o para dez candidatos ao Senado, � C�mara dos Deputados e �s Assembleias Legislativas de S�o Paulo e Mato Grosso do Sul.
O maior benefici�rio foi o ent�o candidato a senador do PT do Rio Lindbergh Farias, que ficou com R$ 200 mil. Ele deu ainda R$ 100 mil para as campanhas ao Senado de Marta Suplicy (PT-SP) e R$ 100 mil para Delc�dio Amaral (PT-MS). Camargo � o controlador de tr�s companhias (Piemonte, Auguri e Treviso) que recebiam aportes de empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef, alvo da Lava Jato.
No fluxograma do dinheiro movimentado por Youssef na GFD Investimentos (um total de R$ 78 milh�es) de janeiro de 2009 a dezembro de 2013 a Piemente colocou R$ 8, 5 milh�es. A Treviso repassou R$ 4,4 milh�es. A suspeita da PF � que esse dinheiro era distribu�do com deputados e senadores.
Outro lado
Por meio de sua assessoria de imprensa, Renato Duque disse desconhecer "o conte�do de qualquer depoimento de Julio Camargo". O engenheiro assinala que n�o � acusado de nenhum crime e afirma n�o saber de crimes na Petrobras durante sua gest�o na Diretoria de Servi�os. A assessoria assinalou que Duque j� entrou com a��o penal privada contra Costa por crime contra a honra. A criminalista Beatriz Catta Preta, que representa o executivo Julio Camargo, n�o se manifestou.