Rio - O executivo Julio Camargo fechou acordo de dela��o premiada no caso Lava Jato. Segundo os investigadores, Camargo � o controlador de tr�s pessoas jur�dicas - Treviso, Piemonte e Auguri -, grupo que mais repasses fez para empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef, operador da lavagem de dinheiro e corrup��o na Petrobras.
O acordo de Camargo causou forte impacto em algumas das principais empreiteiras do Pa�s porque fura o pool que elas formaram. H� tr�s semanas essas empresas se fecharam em uma estrat�gia �nica, que acabou frustrada - foram ao Minist�rio P�blico Federal propor um acordo coletivo de leni�ncia, o que foi rejeitado.
Em uma "planilha de contribui��es", produzida em 2010 e apreendida pela Pol�cia Federal com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, o nome do executivo aparece ao lado da anota��o "come�a a ajudar a partir de mar�o".
Na campanha eleitoral de 2010, Camargo ficou entre os maiores doadores de pessoa f�sica - repassou R$ 1,12 milh�o para dez candidatos ao Senado, � C�mara dos Deputados e �s Assembleias Legislativas de S�o Paulo e de Mato Grosso do Sul. O maior benefici�rio das doa��es foi o ent�o candidato a senador do PT do Rio Lindbergh Farias, com R$ 200 mil.
No fluxograma do dinheiro movimentado por Youssef na GFD Investimentos (um total de R$ 78 milh�es) de janeiro de 2009 a dezembro de 2013 a Piemonte foi a segunda que mais colocou dinheiro - R$ 8,5 milh�es. A Treviso foi a quarta, com R$ 4,4 milh�es.
Os extratos anexados a um laudo pericial do Minist�rio P�blico Federal mostram que as contas das duas receberam de volta da GFD no mesmo per�odo R$ 2,6 milh�es para Treviso e R$ 500 mil para a Piemonte. O conluio das empreiteiras foi denunciado pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal.
A Lava Jato j� contava duas dela��es premiadas, a do pr�prio Costa e a do doleiro Alberto Youssef. O ex-diretor da Petrobr�s apontou pelo menos 32 parlamentares, entre deputados e senadores, e quatro partidos (PT, PSDB, PMDB e PP) que teriam sido contemplados com propinas e aportes para caixa 2 de campanha.
O doleiro Alberto Youssef est� depondo. Seu relato segue praticamente a mesma linha das revela��es de Costa. Ambos disseram que Camargo "falava em nome de uma empresa do setor petroqu�mico". A criminalista Beatriz Catta Preta, que representa Camargo, n�o se manifestou sobre a dela��o.