
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PDMB-AL), afirmou nesta quarta-feira, que o decreto presidencial regulamentando a cria��o de conselhos populares n�o deve ser aprovado na Casa, repetindo-se a derrota sofrida ontem pelo governo na C�mara. "J� havia um quadro de insatisfa��o com rela��o a essa mat�ria (antes das elei��es). Ela ser derrubada na C�mara n�o surpreendeu, da mesma forma que n�o surpreender� se ela for e ser� derrubada no Senado Federal", disse.
Renan rebateu ainda afirma��o dada mais cedo pelo ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia, Gilberto Carvalho, de que a derrota na C�mara foi uma revanche por causa do resultado da elei��o. "� uma vit�ria de Pirro, quando o Congresso, de maneira persistente, insistente, acabou criando um decreto legislativo que derrota o decreto da presidente. Nada mais anacr�nico, contra os ventos da hist�ria, nada mais do que uma tentativa triste de se colocar contra uma vontade irrevers�vel do povo brasileiro, que � de participa��o", comentou Carvalho.
O presidente do Senado avaliou a declara��o como desconhecimento do ministro sobre a pol�mica gerada pelos conselhos no Congresso desde que Dilma sugeriu o tema. "Mais uma vez o ministro Gilberto Carvalho n�o est� sabendo nem do que est� falando", disse.
Renan disse que os conselhos nunca foram consenso entre deputados e senadores. "Essa dificuldade j� estava posta desde antes das elei��es. Ela apenas se repete. Essa coisa da cria��o de conselho � uma conflituosa, n�o prospera de forma conceitual. Dever� cair", afirmou.
O senador disse, contudo, que a substitui��o do decreto presidencial por um legislativo, aprovado na C�mara cancelando o documento elaborado pela presidente Dilma, n�o significa uma derrota do governo. "N�o enxergo como derrota, absolutamente", considerou.
O projeto aprovado pela C�mara precisa passar por uma comiss�o do Senado para ir � vota��o no plen�rio da Casa. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), contudo, pretende apresentar um pedido de urg�ncia para que ele v� direto para o plen�rio. J� o PT prepara uma manobra para voltar com o texto original do Pal�cio do Planalto.