Bras�lia – Pastas que jamais entraram na briga partid�ria podem ter um protagonismo maior no pr�ximo governo da presidente Dilma Rousseff. Uma das apostas � de que a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, ceda o espa�o a um nome forte no meio social. O mais cotado para o cargo � o secret�rio Nacional de Justi�a do Minist�rio da Justi�a, Paulo Abr�o. Interlocutores do governo avaliam que ele fez um “trabalho consolidado” na Comiss�o de Anistia e ressaltam que o nome dele, al�m de soar bem entre os ativistas, agrada � presidente.
Ex-ministra da Secretaria de Rela��es Institucionais (SRI), Ideli deve ser indicada para o Tribunal de Contas da Uni�o (TCU). Um acordo costurado no in�cio deste ano garantiu a ela a vaga na pasta de Direitos Humanos at� a aposentadoria compuls�ria do ministro Jos� Jorge, do TCU. O ministro, relator do caso da compra da refinaria de Pasadena (EUA), completar� 70 anos e sua �ltima sess�o est� prevista para o pr�ximo dia 11. Embora nos corredores do Planalto haja um entendimento de que a gest�o de Ideli � frente dos Direitos Humanos seja adequada, assessores palacianos reconhecem que ela n�o � um nome de peso. J� no TCU, ela teria a capacidade de tornar o plen�rio da Casa mais “simp�tico” ao governo.
Tamb�m para a SDH, h� um lobby pela indica��o do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presid�ncia, Gilberto Carvalho. H� 12 anos no governo, Carvalho, por�m, j� disse que n�o tem interesse em continuar no primeiro escal�o. Na Secretaria de Pol�tica para as Mulheres, a ministra Eleonora Menicucci deve seguir � frente da pasta para conduzir as pautas do setor. Com o trunfo de ter “tirado o Brasil do mapa da fome”, a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, foi uma das que mais se fortaleceram na campanha.
O futuro da Secretaria de Pol�ticas de Promo��o da Igualdade Racial ainda � incerto. H� a interpreta��o de que, no caso de a pasta permanecer com o PT, poderia acabar chefiada por integrantes do N�cleo de Parlamentares Negros do PT (Nupan-PT) que n�o se reelegeram, como Edson Santos (RJ) e Janete Piet� (SP). Nos bastidores, tamb�m se cogita a entrega da secretaria ao PCdoB. “� um partido que tem afinidade com a pauta”, diz um assessor da atual chefe da pasta, ministra Luiza Helena de Bairros. Nesse caso, o candidato natural ao cargo � o cantor Netinho de Paula, por conta da experi�ncia dele com �rg�o semelhante na prefeitura de Fernando Haddad (PT), em S�o Paulo.
Aliados dizem que a presidente tem insistido em tocar as chamadas “pautas progressistas”. “Ela aprendeu com as manifesta��es de 2013”, acrescenta um assessor palaciano. Na avalia��o desse interlocutor, a presidente entendeu que o canal que foi aberto com os movimentos sociais no ano passado n�o pode ser fechado. “Entre as pessoas que foram para as ruas exigir melhorias, estavam ativistas que sempre estiveram com a gente, mas que querem mais aten��o as causas do cidad�o comum”, diz. Entre esses pleitos est� o passe livre, a criminaliza��o da homofobia, a igualdade de g�nero. A tend�ncia, segundo ele, � que o governo estenda a aposta no di�logo para esses setores. “A primeira sinaliza��o foi o pr�prio discurso dela ap�s a reelei��o, no qual ela prometeu envolver a popula��o nas discuss�es do governo”, pontua.