Na primeira reuni�o ap�s a reelei��o da presidente Dilma Rousseff, a Executiva Nacional do PT cobrou maior influ�ncia do partido no segundo mandato, at� mesmo nos rumos da pol�tica econ�mica, pregou o "controle" do Banco Central, a regulamenta��o da m�dia e um discurso mais � esquerda. Em resolu��o aprovada nesta segunda-feira, a c�pula petista tamb�m defendeu temas que n�o contam com a aprova��o de Dilma, como o fim do fator previdenci�rio e a jornada de 40 horas, sem redu��o dos sal�rios.
"O PT deve buscar participar ativamente das decis�es acerca das primeiras medidas do segundo mandato, em particular sugerir medidas claras no debate sobre a pol�tica econ�mica, sobre a reforma pol�tica e em defesa da democracia nos meios de comunica��o", diz um trecho da resolu��o, antecipada pelo Portal do Estad�o. "� preciso incidir na disputa principal em curso neste in�cio do segundo mandato: as defini��es sobre os rumos da pol�tica econ�mica."
Para o ministro das Rela��es Institucionais, Ricardo Berzoini, que participou do encontro de hoje, o partido ter� agora o desafio de "unir a base aliada" no Congresso, se n�o quiser sofrer novas derrotas. A escolha do ministro que substituir� Guido Mantega na Fazenda tamb�m � vista como primordial pelo comando da legenda. Apesar do economista Nelson Barbosa ser o preferido por nove entre dez petistas para o cargo, deputados do PT chegaram hoje a elogiar o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, o primeiro indicado por Luiz In�cio Lula da Silva para a cadeira de Mantega.
A resolu��o aprovada pela Executiva, no entanto, deixou claro que, no governo Dilma, o Banco Central n�o ter� autonomia. No item 6 da resolu��o os petistas pregam o "controle democr�tico e republicano sobre as institui��es que administram a economia brasileira, entre as quais o Banco Central, a quem compete, entre outras miss�es, combater a especula��o financeira".
PSDB
O presidente do PT, Rui Falc�o, disse que o PSDB do candidato derrotado, A�cio Neves, tentou criar um "fact�ide" quando pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma auditoria sobre os resultados das elei��es. Foi um tom mais ameno do que o contido no documento que passou pelo crivo da Executiva, para quem a oposi��o caiu no "rid�culo" com esse pedido. Falc�o tamb�m evitou atacar com mais �nfase as manifesta��es que pediram o impeachment de Dilma e at� a interven��o militar no pa�s. "Numa democracia, os movimentos e a participa��o de setores da popula��o, ainda que minorit�rios, s�o leg�timos", afirmou ele. "Mas n�s tamb�m estamos conclamando nossa milit�ncia em atos de defesa da democracia e da reforma pol�tica."
O PT criou hoje uma comiss�o para preparar a festa de posse de Dilma, em 1º de janeiro de 2015. Depois da vit�ria em uma disputa definida pelo PT como "dur�ssima", o partido quer fazer uma festa popular, resgatando o sentimento de "esquerda". Na reuni�o de hoje, dirigentes do PT disseram que todos precisam se debru�ar agora sobre o motivo da rejei��o � sigla, escancarado nessas elei��es. Numa autocr�tica, a resolu��o da Executiva diz que o partido necessita "retomar sua capacidade de fazer pol�tica cotidiana, sua independ�ncia frente ao Estado" e tamb�m "ser muito mais proativo no enfrentamento das acusa��es de corrup��o, em especial no ambiente dos pr�ximos meses em que setores da direita v�o continuar premiando delatores".
Na campanha, o PT e o governo sofreram desgaste ap�s a s�rie de den�ncias do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Yousseff, que apontaram um esquema de desvio de recursos na estatal para favorecer aliados do governo. O nome do tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari Neto, foi citado pela dupla como operador do esquema.