Os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) discutiram nesta segunda-feira, no Senado. Em discurso na tribuna, Aloysio, que foi vice na chapa do tucano A�cio Neves, acusou a presidente Dilma Rousseff (PT) de cometer "estelionato" durante a campanha. Ex-ministra da Casa Civil, Gleisi saiu em defesa da petista. O senador argumentou que Dilma mentiu sobre a situa��o econ�mica do Pa�s para conseguir ser reeleita. Aloysio criticou, por exemplo, o recente ajuste no pre�o dos combust�veis e o aumento na taxa de juros, medidas que foram colocadas em pr�tica somente ap�s o segundo turno.
Ao pedir um aparte, Aloysio disse que a presidente cometeu estelionato eleitoral, mas "n�o no sentido literal da palavra". "Durante a campanha, ela escondeu a situa��o real do Brasil, nada do que ela disse fazia supor que ela tomaria essas medidas ap�s elei��o." Gleisi afirmou que o aumento no pre�o da gasolina � algo que acontece todos os anos e que o governo n�o vai colocar em pr�tica um tarifa�o, como sugeriu o tucano. "O senhor n�o vai ver arrocho", disse. A petista tamb�m aproveitou a discuss�o para alfinetar o tucano e dizer que estava na hora de ele reconhecer a derrota nas urnas e descer do palanque. "Eu j� desci do palanque, estou no Senado. A minha fun��o � ficar aqui e, com a for�a do meu mandato, fiscalizar o governo", rebateu Aloysio.
�gua
No meio da discuss�o, a crise no abastecimento de �gua no Estado de S�o Paulo, governado pelo tucano Geraldo Alckmin, entrou em pauta. "Com todo o respeito, de nada adianta a gente ficar com ataques, estamos no momento de unir esfor�os. Temos que garantir o fim da seca em S�o Paulo", disse Gleisi. Aloysio, por sua vez, argumentou que esse problema n�o afeta somente S�o Paulo. "Essa � mais uma mentira, mais uma das engana��es da presidente da Rep�blica." Dilma e Alckmin se reuniram nesta segunda-feira para discutir uma solu��o conjunta para a crise h�drica do Estado.
Super�vit prim�rio
Nunes afirmou hoje tamb�m que a oposi��o vai ser contra a inten��o do governo federal de reduzir, agora, a meta de super�vit prim�rio de 2014. O Executivo deve enviar esta semana ao Congresso um projeto que altera a Lei de Diretrizes Or�ament�rias (LDO) deste ano para revisar a meta. "Consertar a LDO no final do ano � uma piada de mau gosto. � cobrir a nudez com folha de parreira", criticou o tucano, em entrevista.
A meta fiscal est� prevista na Lei de Diretrizes Or�ament�rias (LDO) de 2014, que prev� uma esp�cie de "piso" de R$ 49 bilh�es para o super�vit, considerando a previs�o de desconto dessa meta das despesas com investimentos e as desonera��es tribut�rias. Mas, mesmo esse piso, que considera abatimentos de R$ 67 bilh�es, n�o poder� ser cumprido diante da forte deteriora��o das contas p�blicas, sobretudo no per�odo eleitoral. Esses n�meros consideram meta de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB). O governo ter� de reajustar para baixo esse porcentual.