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Estado de Minas

Uso pol�tico tira 60% do valor da Petrobras

Estatal fez a fa�anha de se tornar l�der mundial em perda de valor de mercado: de 2007 at� este m�s, a queda foi de quase 60%, segundo levantamento feito pela Economatica


postado em 13/11/2014 06:00 / atualizado em 13/11/2014 07:44

Gente sorridente, plataformas operando a pleno vapor, produ��o de som e imagem impec�vel: cinco anos atr�s, as propagandas da Petrobras eram dignas da maior empresa brasileira e a oitava do mundo. Conseguiam emocionar e provocar um nacionalismo embalado pela euforia do pr�-sal, uma camada nas profundezas do oceano que guardava petr�leo e, junto com ele, “um outro pa�s”, como definia um dos an�ncios exibidos � �poca na tev�.

Ao virar sexagen�ria, no ano passado, a estatal toda-poderosa perdeu a majestade. Degringolou. Em vez de fazer festa, teve de se preocupar em montar gabinetes de crise �s pressas. Passou a ser investigada no Brasil e nos Estados Unidos. A lama de den�ncias de corrup��o se espalhou como vazamento de �leo sobre o mar, com o mesmo au� das pomposas descobertas de petr�leo. Desde 2007, a Petrobras perdeu R$ 247,4 bilh�es em valor de mercado e parcela incalcul�vel de seu prest�gio.

Como a petroleira protagonista do maior descobrimento de �leo e g�s em duas d�cadas conseguiu arranhar tanto a pr�pria imagem? Como a empresa respons�vel, em 2010, pela maior capitaliza��o da hist�ria do mercado de capitais – R$ 120,3 bilh�es – deixou a credibilidade definhar tanto? A resposta pode ser t�o simples quanto embara�osa: ela sucumbiu aos interesses pol�ticos do governo federal – o acionista controlador – e seus aliados.

A Petrobras fez a fa�anha de se tornar l�der mundial em perda de valor de mercado: de 2007 at� este m�s, a queda foi de quase 60%, segundo levantamento feito pela Economatica a pedido do Estado de Minas. Nesses sete anos, o valor m�dio das a��es da companhia despencou pela metade. Hoje, a orienta��o � fugir dos pap�is que por tanto tempo serviram de porta de entrada para os estreantes em renda vari�vel.

O tombo provocado pelas den�ncias de gest�o temer�ria n�o se restringiu ao universo do mercado financeiro. A redu��o da nota de cr�dito da empresa pela ag�ncia de classifica��o de risco Moody’s, no m�s passado, devido ao “alto grau de endividamento”, e a investiga��o por parte do governo dos Estados Unidos e da Securities Exchange Commission (SEC) – a Comiss�o de Valores Mobili�rios (CVM) norte-americana –, deixam clara a magnitude do estrago.

Ter os malfeitos da Petrobras apurados por �rg�os internacionais constrange o Brasil, no entender do professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Adilson de Oliveira. Ele lembra que as decis�es da estatal sempre tramitaram em ao menos tr�s n�veis t�cnicos antes da aprova��o final da diretoria executiva. “Se isso mudou, foi um retrocesso na blindagem contra inger�ncias, em vigor desde os militares”, lamentou.

Diretor de Abastecimento da Petrobras de 2004 a 2012, Paulo Roberto Costa, piv� do esc�ndalo que pode ter desviado R$ 10 bilh�es dos cofres da estatal, foi longe demais. O presidente do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), ministro Jos� Augusto Nardes, anunciou esta semana j� existirem ind�cios de pelo menos R$ 3 bilh�es do montante surrupiado.

O tempo em permaneceu na c�pula foi suficiente para Costa comandar transa��es nebulosas, como a bizarra compra de uma refinaria em Pasadena (EUA), por um pre�o exorbitantemente maior que o de mercado e provocar preju�zo estimado em US$ 1 bilh�o. Na constru��o da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, os rolos de Costa teriam ocasionado superfaturamento de R$ 367 milh�es, conforme o TCU.

No m�s passado, a estatal informou que estuda medidas jur�dicas para ressarcir os “danos sofridos”. Enquanto isso, na Bolsa de Valores, os investidores n�o perdoam e as a��es sofrem quedas. Com Costa direcionando contratos e cobrando comiss�es a serem distribu�das entre partidos, a estatal caiu do topo do ranking das maiores empresas do pa�s e agora � superada pela Ambev e pelo Ita�. A Petrobras se ressentiu ainda com situa��es como o represamento de pre�os dos combust�veis para segurar a infla��o e ajudar a reelei��o da presidente Dilma Rousseff. “A empresa foi capturada pela pol�tica: deixou de ser dos brasileiros e passou a funcionar para atender partidos e a um projeto de poder. V�-la nas p�ginas policiais � o fim do mundo”, observou o diretor do Centro Brasileiro de Infra-estrutura (CBIE), Adriano Pires.


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