Respons�vel por conduzir, at� a semana passada, os processos que envolvem a Petrobras no Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), o ministro aposentado Jos� Jorge afirmou nesta segunda-feira que uma eventual decis�o de se declarar inid�neas as empreiteiras envolvidas na Opera��o Lava Jato � "muito grave" e precisa ser "muito bem pensada". Para Jorge, tal decis�o - que poderia impedir as empresas de tocar as obras - pode ser "pior" do que est� ocorrendo atualmente e, por isso, � preciso ter "bom senso".
O ex-ministro do TCU negou que a Corte tenha sido leniente com os casos de corrup��o na estatal e alega que o tribunal tem um "limite" para apurar. "O TCU comunicou tudo. O TCU tem um limite, a partir da� entra a Pol�cia Federal, o Minist�rio P�blico e a Justi�a. O TCU n�o � um �rg�o espec�fico para punir corrup��es. Ele � para apurar os fatos e da� em diante passar para aqueles que podem punir", disse, antes da abertura do Semin�rio "Pacto pela Boa Governan�a: Um Retrato do Brasil", promovido pelo TCU.
Para o ex-ministro, a estatal foi "frouxa" nos mecanismos internos de preven��o da corrup��o. "Nos �ltimos dois anos fui relator do processo da Petrobr�s e vi que realmente a coisa ali, numa empresa que trata de bilh�es, estava muito frouxa. O TCU j� tinha feito diversas comunica��es de irregularidades na Petrobr�s, inclusive uma da refinaria Abreu e Lima, em 2009, em que se pediu a paralisa��o da obra".
Sobre a decis�o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva de dar continuidade �s obras de Abreu e Lima, o ex-ministro foi cr�tico. "O Congresso aprovou e o presidente Lula vetou. Pela primeira vez, foi vetado um processo como esse. E n�o foi tomada nenhuma provid�ncia. Poderia vetar e demitir o diretor, criar uma comiss�o de sindic�ncia, mas n�o foi feito nada. Simplesmente foi vetado como se n�o tivesse existido a irregularidade."